terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um ano que finda: um novo ciclo que se inicia

Finda 2013.
Fecha-se um ciclo e inicia-se outro.
É assim também o ciclo das águas. 
Água que viaja, água que circula pelo planeta. 
O sangue da mãe Terra.
Água boa, que mata a sede de todos os seres,
que mata a minha e a tua sede.
Água que faz brotar do fértil solo a planta
que vai dar o fruto, que vai matar a nossa fome.
Água que surge da nascente borbulhante
e que alimenta o delicado riacho
que corre para o rio,
rio que corre para o mar,
mar que abraça o planeta.
Água que limpa o nosso corpo
a cada banho revigorante.
Água que move a indústria,
que movimenta a economia,
e que faz girar todas as atividades produtivas.
Água que dá alegria a nosso lazer:
o banho de rio, o banho de mar.
Água que alivia a dor,
que recupera a saúde de tantos doentes.
Água que nos lava após o parto,
que nos lava ao fim da vida.
Água que está em nós 
e que está em todos. 
Água companheira, amiga de todas das horas,
de todos os anos.
O ciclo da água, o ciclo da vida.

Feliz ano novo.
Mais um ciclo que se inicia...
Água qu

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Da água que nos cabe: reflexões em tempos de festas


Você sabia que a ONU proclamou o período de 2005 a 2015 como a  Década Internacional para Ação “Água, Fonte de Vida”?

Como reforço às ações de proteção dos recursos hídricos e de acessibilidade à água de boa qualidade,  o ano de 2013 foi escolhido pela ONU para ser o “Ano internacional de Cooperação pela Água”. 

Segundo a resolução que instituiu essa orientação de caráter global, duas abordagens deveriam ser levadas em consideração, quais sejam:

Uma abordagem da cooperação pela água inclusiva e em múltiplos níveis. As questões sobre a gestão de recursos hídricos devem ser tratadas adequadamente nos níveis local, nacional, regional e internacional. Todas as partes interessadas, incluindo as organizações governamentais e internacionais, o setor privado, a sociedade civil e as universidades, devem engajar-se, dedicando atenção especial aos meios de vida das pessoas mais pobres e mais vulneráveis. De modo geral, decisões sobre aspectos sociais, políticos e econômicos devem ser tomadas de forma a buscar um equilíbrio e distribuir de forma justa a alocação dos recursos, sempre considerando os limites biofísicos do meio ambiente.

Abordagens inovadoras de cooperação pela água. É crucial mobilizar, em nível mundial, a vontade política e o comprometimento com as questões da água. Igualmente importantes são a visão de futuro e a boa vontade para considerar caminhos inovadores para abordar a cooperação nos níveis local, regional e internacional. Promover uma cultura de consultas e aumentar capacidades participativas são ações que poderão ocasionar benefícios em todas as áreas, incluindo a gestão colaborativa de recursos hídricos. 

Segundo os estudos conduzidos pelas Nações Unidas, “a história tem mostrado que a natureza vital da água doce é um grande incentivo para a cooperação e o diálogo, obrigando as partes interessadas a se reconciliarem, até mesmo nos pontos de vista mais divergentes. Frequentemente, a água une mais do que divide as pessoas e as sociedades.”

Cabem aqui alguns alertas que reforçam a necessidade da participação de todos os segmentos da sociedade civil organizada nessa luta pela acessibilidade à água de boa qualidade. São eles:

- Juntos, a água não limpa e as más condições de saneamento, constituem a segunda maior causa de mortalidade infantil no mundo. 

- Foi calculado que 443 milhões de dias de aulas são perdidos todos os anos devido a doenças relacionadas com a água. 

- A distância média que as mulheres na África e na Ásia têm de andar para recolher água são 6 quilómetros .

- O saneamento inadequado, as más condições de higiene e beber água não segura contribuem para 88% das doenças diarréicas. (Fonte: OMS. Riscos Globais para a Saúde: Mortalidade e o Fardo da Doença Atribuível a Determinados Riscos Principais).


Feliz 2014 para todos os leitores de "Pedagogia da Água".

domingo, 15 de dezembro de 2013

O verão e os esgotos das praias

Chegou mais um verão e o movimento nas praias de todo o país começa a se intensificar.
 
Nesse litoral de dimensões continentais, o vasto mar nos convida para um banho refrescante.
 
Os turistas se mesclam com os nativos na expectativa de um desfrutar tranquilo à beira mar.
 
O banho saudável é a vontade de todos: água boa, água limpa, areia de límpido cristal.
 
Porém, este não é o cenário com o qual nos deparamos na maioria das cidades litorâneas. O que vemos, nos principais centros urbanos situados à beira mar é a imagem do descaso com respeito à saúde das nossas praias, que em muitos casos apresentam uma condição insalubre em função da presença de esgotos em milhares de pontos.
 
Em metrópoles como Florianópolis, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza e São Luis ainda existe muito esgoto chegando nas praias. Em muitas situações a chegada de esgoto é tão intensa que extensas faixas de praias são impróprias para o banho.
 
É sabido que não existe nenhuma metrópole brasileira, situada à beira mar, que tenha 100% do seu esgoto doméstico tratado. Os que duvidam dessa afirmação ou que defedem a tese de que a situação está sob controle, estão convidados a visitar as praias dessas cidades para presenciarem de perto a triste realidade da chegada de uma massa gigantesta de esgoto não tratado em centenas de praias.
 
E o problema não se restringe aos grandes centros urbanos. Em muitas cidades de pequeno porte e vilarejos a situação também é vergonhosa. Mesmo em balneários famosos como Camboriu, Guarujá e Búzios pode-se observar a chegada de esgoto não tratado nas praias.
 
Mesmo estando no Século 21, mesmo com todo recurso tecnológico disponível, continuamos convivendo com essa triste realidade. A realidade da poluição de muitas praias por esgoto não tratado. E a cada verão, milhares de pessoas adoecem pelo contato com águas e areias contaminadas.
 
E as praias, que deveriam ser locais apropriados para um lazer saudável, acabam se transformando em focos de doeças.    
 
Portanto, um alerta aos veranistas: observe com atenção a praia na qual você está levando a sua família. Fique atento para os sinais de poluição nas praias: as líguas negras nas areias e também aquelas faixas de pedras onde existe uma concentração muito grande de algas de coloração muito verde. Esses locais normalmente são pontos de chegada de esgoto, que muitas vezes estão por debaixo da terra.
 
Enquando o problema não se resolve de forma definitiva, só nos resta adotar uma atitude preventiva.  

sábado, 7 de dezembro de 2013

Mar de Aral - a mão destrutiva do homem

Na Ásia Central, mais precisamente, na fronteira entre Kasaquistão e Uzbequistão, existe um mar que agoniza.

A morte do Mar de Aral, que já foi o quarto maior lago do planeta, é conhecida como a pior tragédia ambiental do século XX. O que aconteceu na Ásia Central também recebe a denominação  de a Chernobil Calada”, por ter sido uma catástrofe silenciosa que evoluiu quase imperceptivelmente ao longo das últimas décadas, e é mais um exemplo recente da capacidade destrutiva da raça humana.

A saúde do Mar de Aral, antes do anos 1950, era mantida pela chegada de 55 bilhões de metros cúbicos anuais de água, fornecidas pelos rios Syr Darya e Amu Darya. Devido à retirada desenfreada de água desses dois rios, para irrigar plantações de algodão e trigo, o Mar de Aral alcançou a década de 1980 recebendo apenas 7 bilhões de metros cúbicos de água por ano.  Esta situação se agravou ainda mais e atualmente chegam no lago menos de 5 bilhões de metros cúbicos anualmente. Esse desequilíbrio hídrico provocou a perda de 75% do volume do lago. As projeções futuras sinalizam que o Mar de Aral secará totalmente por volta de 2015.

Quando ainda encontrava-se saudável, o Mar de Aral cobria uma área de 66 mil quilômetros quadrados e possuía um volume de água da ordem de 1.000 quilômetros cúbicos.

Grandes desvios de cursos d’água, implantação de sistemas de irrigação mal dimensionados, aliada a uma gestão inadequada dos recursos hídricos, são apontados como as causas principais para a diminuição do caudal entrado no Mar de Aral o que, por sua vez, alterou o equilíbrio ecológico que ali existia.

Hoje, o Mar de Aral se restringe a acumulações restritas de água supersalinizada, onde a vida praticamente se extinguiu. Toda a vigorosa indústria pesqueira que existia na região foi transformada em pó e todo o rico sistema ecológico da Bacia Hidrográfica da região foi comprometido de modo irreversível.

Onde havia água boa, riqueza natural e vida abundante, existe apenas sal e miséria. Que a agricultura irrigável no Brasil não siga os mesmos caminhos da região do Mar de Aral.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Água: uma proposta para os educadores

O tema ÁGUA é tão importante para a humanidade que deveria ser transformado em disciplina obrigatória para os alunos do ciclo básico.
 
Hoje, na maioria dos estabelecimentos de ensino, a ÁGUA corresponde apenas a um capítulo da disciplina de ciências. Alguns professores, muitos deles mal informados, acreditam que o currículo atual atende plenamente às necessidades dos alunos.
 
Será verdade? Se assim o fosse, os jovens que freqüentam as nossas escolas deveriam ter um nível de informação bastante satisfatório sobre o assunto, além de um elevado grau de conscientização sobre o valor da água.
 
Para avaliar o grau de percepção dos jovens sobre o tema "água", sugiro a realização de um pequeno teste, envolvendo cinco perguntas elementares a serem formuladas para os estudantes:
 
1) Por que a água é o elemento fundamental para o desenvolvimento da vida no nosso planeta?
 
2) Como se dá a distribuição dos recursos hídricos, mais precisamente, da água potável, no nosso país?
 
3) Qual o valor que a água tem, em termos monetários e sociais?
 
4) Qual a relação entre o desenvolvimento dos núcleos sociais (comunidades) com os recursos hídricos existentes no nosso planeta?
 
5) Qual será a alternativa para o planeta Terra, se os nossos recursos hídricos forem dizimados?
 
A princípio, acreditamos que os educadores brasileiros saibam as respostas para os questionamentos feitos acima. Vamos ver como os jovens se posicionam com relação aos mesmos. Depois de tabulados os resultados, poderemos afirmar se o tema ÁGUA está sendo (ou não) bem estudado e debatido nas escolas.