sábado, 27 de julho de 2013

Água, mídia e conscientização

            A mídia televisiva muda comportamentos individuais e coletivos. Ela dita a moda e transforma hábitos em todos os segmentos sociais. A mídia, dentre tantas funções, pode ser usada como poderoso instrumento de educação, como elemento chave para a construção da cidadania tão almejada. Um exemplo desse poder de construção ou destruição de valores está nas telenovelas que adentram os lares brasileiros todos os dias. Temas como discriminação contra idosos, preconceito racial e uso de drogas foram recentemente abordados em telenovelas da Rede Globo, com grande repercussão nacional. Repercussão positiva, diga-se de passagem.

            Por que, então, não utilizamos a força da mídia para a construção de uma consciência coletiva de valorização da água? Por que o tema “água” é tratado de modo episódico, particularmente associado a eventos catastróficos, como enchentes e tempestades? A mídia televisiva pode sim, caso haja interesse por parte dos diretores de programações, contribuir mais efetivamente para a mudança das relações do povo brasileiro com esse recurso tão fundamental para a qualidade de vida de pobres e ricos, nos centros urbanos e nos campos.

            A proposta que fazemos é muito simples e de fácil aplicação, qual seja: Incluir na programação dos jornais locais trinta segundos de informações sobre a água, nos mesmos moldes do que ocorre com as informações meteorológicas. Como normalmente esses programas jornalísticos têm a duração média de trinta minutos, o fato de reservar trinta segundos para falar da água não causaria impacto quase nenhum na programação. Desta forma, a população que tem acesso à televisão receberia todos os dias, em doses homeopáticas, informações sobre a água e os cuidados que devem ser tomados para a sua preservação. 

Procedendo assim, as empresas de televisão do Brasil, além de estarem contribuindo para a formação de uma consciência coletiva de valorização da água, estariam inovando em termos jornalísticos, através da implantação de um sistema permanente de informação sobre esse bem natural que tem relação direta com a qualidade de vida de todos.
 
           É sabido que a solução dos problemas de poluição e desperdício de água passa necessariamente pela mudança de hábitos do povo brasileiro. E mudanças desse tipo só irão se efetivar se a sociedade passar por um processo de conscientização, que leva tempo e necessita investimento de longo prazo. A proposta aqui apresentada tem esse objetivo, levar o tema Água para a realidade dos lares brasileiros, de forma suave e permanente. Afinal de contas, os jornais televisivos já fazem parte do cotidiano nacional. Assim deve ser também a nossa reflexão diária sobre o valor da água.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Parem tudo, que a chuva chegou!

          Parem tudo, que a chuva chegou! E chegou viçosa, vigorosa, rejuvenescedora. Chuva de bem molhar, chuva de fazer renascer a alegria do menino ou da menina adormecida no interior do adulto de cada um de nós. 
          Parem tudo, que a chuva chegou! Desliguem a televisão, desconectem o computador, esqueçam por alguns instantes o aparelho celular. Vamos para a rua, tomar banho nessa chuva que nos convida para desfrutar do mais puro prazer. Sentir os pingos tamborilando a nossa pele, saborear da doce água que escorre pelos nossos cabelos, pisar e repisar as poças d'água, banhar-se na biqueira da casa da esquina. Que prazer, que bem viver.
          Convide o seu filho, a sua filha, toda a família para desfrutar de um bom banho de chuva. Para os pequeninos esse é um momento mágico, inesquecível, que vai ficar marcado nas suas memórias por toda a vida. Que a alegria compartilhada na chuva é uma dádiva, um presente, fruto de uma aventura sem par.
          Por isso, digo e repito: parem tudo, que a chuva chegou!
          Abra o peito, solte o grito, vá para a rua, vá para a praça, vá para o jardim. Aproveite, que a chuva é passageira. Ela vem, se apresenta e depois vai embora molhar outras paragens.

sábado, 13 de julho de 2013

Água de 2,6 bilhões de anos

          Segundo artigo publicado no Jornal Nature, em maio de 2013, foi encontrada no interior de uma mina, no Canadá, a água mais antiga até o momento datada. Essa água, segundo os pesquisadores, tem uma idade máxima de 2,6 bilhões de anos e foi coletada na profundidade de 2.400 metros.
           A descoberta foi feita pela geocientista Barbara Sherwood Lolar, da universidade de Toronto, que lidera uma equipe de pesquisadores que investiga águas coletadas em minas profundas desde 1980.
           Essa água foi coletada de fraturas em rochas vulcânicas ricas em cobre e zinco, formadas em um ambiente marinho raso. O cientistas verificaram que a água é rica em hidrogênio, metano, nitrogênio e hélio.
           A datação é feita a partir da análise das razões de concentrações de gases nobres presentes nessas águas.
           A idade das águas encontradas no interior das rochas (águas subterâneas) diz respeito ao "tempo de residência" das mesmas no seu interior. Em outras palavras, diz respeito ao tempo em que essa água foi isolada do contato com a atmosfera. São também conhecidas como “águas fósseis”, que podem ser definidas como sendo aquelas “águas infiltradas num aquífero, numa época geológica passada, há milhares ou milhões de anos, sob condições climáticas e morfológicas diferentes das atuais e armazenadas desde então”.

domingo, 7 de julho de 2013

Manguezais: por que preservá-los?

          Berçário da vida marinha, o mangue é região altamente sensível a impactos ambientais. No momento em que vivenciamos a explosão de atividades produtivas em áreas de mague é fundamental que a sociedade esteja informada sobre os riscos de depredação desse complexo sistema ecológico.
          Não podemos trilhar os mesmos caminhos seguidos pela industria salineira e pela carcinicultura que destruiram inúmeros manguezais ao longo do nosso litoral. Precisamos evitar os erros cometidos no passado.
          O cidadão brasileiro precisa saber que a cada metro quadrado de mangue destruído, a saúde do nosso litoral está sendo comprometida.
          Dentre tantas funções, o mangue atua como filtro natural, eliminando resíduos sólidos que são danosos para o desenvolvimento dos recifes de corais. Quem tem a oportunidade de observar o mangue de perto, se maravilha com o fervilhar de vida e com a variedade de espécies que se desenvolvem neste ambiente, boa parte deles formadores da base da cadeia alimentar de todo o ambiente marinho.
          O mangue não pode ser visto como um mero lamaçal, precisamos aprender a valorizar esse ambiente da mesma forma que valorizamos uma lagoa de água cristalinas ou mesmo uma bela cachoeira. A beleza do mangue vai além do verde espelhado, característico da  vegetação que o recobre. O maior valor de um manguezal é o seu poder de gerar a vida e como tal ele precisa ser preservado.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Uma criança a cada quinze segundos

          Segundo dados da UNICEF (Fundo das Nações Unidas Para a Infância), a cada 15 segundos uma criança morre de doenças relacionadas com a falta de água potável. As doenças relacionadas à ingestão de água contaminada matam 1,5 milhão de pessoas anualmente.
          A segurança  alimentar no mundo está ameaçada pelo descarte de esgoto não tratado em corpos d'água (lagoas, rios, riachos, zonas costeiras).
          Recente leavantamento feito pela ONG Trata Brasil, nas 100 maiores cidades brasileiras revelou o seguinte:
          - Do volume total de esgoto gerado por estas cidades, apenas 32% são tratados.
          - Quase oito bilhões de litros de esgoto são lançados todos os dias nas águas sem nenhum tipo de tratamento.
          - Apenas 59% das cem maiores cidades brasileiras são atendidas com coletas de esgotos.
          - 34 cidades, dentre as 100 pesquisadas, apresentam índice de coleta de esgoto superior a 80%.
          Os dados são preocupantes.