sábado, 11 de abril de 2015

Água e mudança climática

Você tem alguma dúvida de que o planeta passa atualmente por uma mudança climática?

Os meteorologistas afirmam que o clima do planeta está passando por um momento de ajuste, no qual alterações significativas no padrão de chuvas e ocorrências de tempestades estão sendo verificadas em várias regiões, nos dois hemisférios.

Quando abordamos a questão com base nos registros geológicos, podemos afirmar que a Terra, no seu processo evolutivo, experimentou inúmeras variações climáticas. A rigor, uma das coisas que nunca se manteve estável no nosso planeta foi o clima.

Portanto, as mudanças climáticas que temos observado mais intensamente nos últimos anos, para a comunidade científica, são perfeitamente normais, se o caso for analisado em escala global.

O cidadão comum, aquele não especializado em assuntos ligados à meteorologia, tem no geral a percepção de que o clima é algo mais ou menos regular, sujeito a pequenas variações. Por exemplo, quem mora no Sul e Sudeste sabe como funcionam as estações do ano, quando chove mais, quando chove menos e quando fará mais frio ou mais calor. O mesmo ocorre com os moradores o Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Acontece que está ocorrendo de fato uma mudança climática de maior magnitude. E que a população mundial vai precisar se ajustar à essa nova realidade.

Nesse processo de mudança, um item muito delicado é a questão da água. Mudando o clima, o regime de chuvas se altera e a disponibilidade de água se modifica. E esse problema se agrava de modo mais significativo naqueles locais onde existem aglomerados humanos, particularmente nos grandes centros urbanos. Daí a necessidade de atuar de modo antecipado para não colocar em risco a segurança hídrica das comunidades e a qualidade de vida das pessoas.

Trata-se de um processo complexo, pois envolve a implementação de obras de infraestrutura de grande porte e também de mudança de hábitos. Isso porque, regiões que conviviam com abundância de água podem passar a ter de conviver com escassez de água. Por exemplo, quem estava acostumado a gastar mais de mil litros por dia de água poderá  ser levado a consumir não mais do que cem litros diariamente.
 
Essa mudança de hábito relacionada ao consumo de água vai ocorrer em todos os segmentos da economia: no âmbito doméstico, no comércio, na indústria, na agricultura e na pecuária. Será menos traumática se essa mudança de comportamento ocorrer de modo gradual, com planejamento e adequação de recursos.

domingo, 5 de abril de 2015

Água: dez atitudes que podem ajudar a reduzir o estresse hídrico

   1.    Saber de onde vem a água que chega na sua casa.

2.    Tomar conhecimento do estado em que se encontram os mananciais que abastecem a sua cidade.

3.    Discutir e refletir sobre a influência da água na nossa qualidade de vida.

4.    Saber qual o papel de cada um de nós na preservação dos recursos hídricos.

5.    Ajudar na divulgação do conceito de “uso racional e otimizado da água”.

6.    Atuar como uma agente de combate ao desperdício de água (dentro de casa e fora de casa).

7.    Agir como ator principal no trabalho de proteção dos recursos hídricos, no âmbito da sua especialidade ou área de atuação.

8.    Participar ativamente da educação dos jovens sobre o valor da água nas nossas vidas.

9.    Ter consciência de que “pequenos atos” podem ajudar a mudar o mundo para melhor.

10. Ser exemplo de postura ativa no movimento diário de formação de uma consciência social voltada para o "uso adequado da água".
 

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Crise hídrica: falta d'água e imobilismo

Segundo os institutos de meteorologia, está próximo o fim do período de chuvas.
 
No Sudeste, os reservatórios recuperaram um pouco as suas capacidades de armazenamento com as chuvas de março. Porém, a situação está longe da normalidade. A ameaça de racionamento continua rondando os habitantes da Região Metropolitana da capital paulistana e também de mais algumas cidades dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
No Nordeste, a situação é alarmante para dezenas de municípios. Segundo levantamento feito pelo Ministério da Integração Nacional, mais de cinquenta municípios já se encontram em estado de “colapso hídrico”. Esse número pode ultrapassar a casa da centena, caso o “regime de chuvas não melhore na região”. No interior nordestino, onde a crise é mais severa, o abastecimento das comunidades está sendo feito com auxílio de “carros pipas”. Em alguns casos, a período sem água para a população chega a 15 dias.

Para os nordestinos, a esperança para barrar a crise hídrica fica por conta da perspectiva de finalização das obras de transposição do Rio São Francisco, prevista para 2016. Enquanto isso, só resta ao sertanejo rezar para São Pedro.

Por outro lado, na quase totalidade dos centros urbanos, o desperdício de água continua acontecendo. Tanto no uso doméstico quanto no uso industrial. Um contingente significativo da população continua se portando como “analfabetos hídricos”. Pessoas que precisam ser educadas para o uso otimizado da água.

E, à medida que a crise se agrava, o governo fica marcando passo com respeito à implementação de programas de formação de conscientização do uso racional da água. Para se ter ideia dessa morosidade, basta citar que está parada a formulação da campanha preparada pelo Governo Federal voltada para o uso racional da água. A causa dessa paralização é um impasse entre a Secretaria de Comunicação do governo e o Ministério do Meio Ambiente com respeito às causas da alteração no regime de chuvas no país. Estão discutindo se a causa tem relação ou não com o aquecimento global. Ou seja, estão discutindo filigranas técnicas enquanto milhões de brasileiros passam sede ou têm sua qualidade de vida degradada pela falta de água.

Se a proposta é educar a população, visando o uso racional da água, essa campanha já deveria estar sendo aplicada. Se o governo reconhece que o cidadão precisa colaborar para a redução do desperdício e também para o uso adequado da água, por que não adota ações rápidas e efetivas para formar uma consciência coletiva sobre a importância do uso otimizado dos recursos hídricos?

Falta ação e sobra imobilismo.