Crise hídrica: falta d'água e imobilismo
Segundo os institutos de
meteorologia, está próximo o fim do período de chuvas.
No Sudeste, os reservatórios
recuperaram um pouco as suas capacidades de armazenamento com as chuvas de
março. Porém, a situação está longe da normalidade. A ameaça de racionamento
continua rondando os habitantes da Região Metropolitana da capital paulistana e
também de mais algumas cidades dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
No Nordeste, a situação é
alarmante para dezenas de municípios. Segundo levantamento feito pelo
Ministério da Integração Nacional, mais de cinquenta municípios já se encontram
em estado de “colapso hídrico”. Esse número pode ultrapassar a casa da centena,
caso o “regime de chuvas não melhore na região”. No interior nordestino, onde a
crise é mais severa, o abastecimento das comunidades está sendo feito com
auxílio de “carros pipas”. Em alguns casos, a período sem água para a população
chega a 15 dias.
Para os nordestinos, a esperança para
barrar a crise hídrica fica por conta da perspectiva de finalização das obras
de transposição do Rio São Francisco, prevista para 2016. Enquanto isso, só
resta ao sertanejo rezar para São Pedro.
Por outro lado, na quase
totalidade dos centros urbanos, o desperdício de água continua acontecendo.
Tanto no uso doméstico quanto no uso industrial. Um contingente significativo
da população continua se portando como “analfabetos hídricos”. Pessoas que
precisam ser educadas para o uso otimizado da água.
E, à medida que a crise se
agrava, o governo fica marcando passo com respeito à implementação de programas
de formação de conscientização do uso racional da água. Para se ter ideia dessa
morosidade, basta citar que está parada a formulação da campanha preparada pelo
Governo Federal voltada para o uso racional da água. A causa dessa paralização
é um impasse entre a Secretaria de Comunicação do governo e o Ministério do
Meio Ambiente com respeito às causas da alteração no regime de chuvas no país.
Estão discutindo se a causa tem relação ou não com o aquecimento global. Ou
seja, estão discutindo filigranas técnicas enquanto milhões de brasileiros
passam sede ou têm sua qualidade de vida degradada pela falta de água.
Se a proposta é educar a
população, visando o uso racional da água, essa campanha já deveria estar sendo
aplicada. Se o governo reconhece que o cidadão precisa colaborar para a redução
do desperdício e também para o uso adequado da água, por que não adota ações
rápidas e efetivas para formar uma consciência coletiva sobre a importância do
uso otimizado dos recursos hídricos?
Falta ação e sobra imobilismo.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial