sábado, 19 de janeiro de 2013

Pequeno manifesto em defesa da água

          Transcrevo a seguir um manifesto singular que vi sendo distribuído em uma feira de meio ambiente da qual participei, na cidade de Natal-RN, no ano de 2000.

           PEQUENO  MANIFESTO  EM  DEFESA  DA  ÁGUA
 

Apesar de ser jovem, eu já sei quais são os meus direitos como cidadão.

Sei que a água é um bem precioso, fundamental para a vida em nosso planeta.

Sei também que todos nós somos responsáveis pela preservação desse importante bem que a natureza nos oferece.

Por isso, assino esse manifesto em defesa da água.

Por isso, eu sou contra todos aqueles que contribuem para a poluição dos nossos rios e lagoas, dos nossos mares e manguezais.

Por isso, eu exijo que os nossos governantes tomem providências concretas para solucionar os problemas relacionados com a contaminação das nossas águas.
 
·         Sou contra a poluição dos rios Potengi e Pitimbu e das lagoas do Jiqui e Extremoz.

·         Sou contra a contaminação dos nossos lençóis de água subterrânea.

Sou pela vida e defendo o meu futuro com unhas e dentes.

Assinado,

                                                         Um Jovem Potiguar
 
Considerando que a solução dos principais problemas relacionados com as áreas de saúde e meio ambiente passam, necessariamente, pela educação dos jovens, iniciativas como essa merecem ser divulgadas e debatidas com maior extensão.
Vale lembrar que a cidadania é um conceito que se constrói no coração e nas mentes dos jovens,  através de ações que se iniciam no seio familiar e se estendem pelos diferentes segmentos que compõem a cadeia social, passando pelos bancos escolares.
Daí a importância de iniciativas como essa. Mas não basta dispor de material didático, o crítico é fazer com que este seja repassado para os jovens de maneira eficaz. Para tal, faz-se necessário mobilizar pais, professores, empresários, voluntários de qualquer natureza, que se edisponham a contribuir para a construção de um novo país, de um país no qual o conceito de cidadania não seja apenas uma definição no dicionário.

Retirado do livro "Pedagogia da Água". Autor: João de Deus Souto Filho

domingo, 13 de janeiro de 2013

Água: uma proposta para a mídia brasileira


            Todos os dias, os jornais televisivos transmitem informações sobre a meteorologia. Esse é um tema que nunca está ausente da pauta jornalística nas redes de televisão de todo o mundo. Na maioria das vezes, é reservado um tempo que varia entre quinze e sessenta segundos para apresentação da previsão do tempo em todo o país. Para muitos, isso é tratado como informação de utilidade pública, uma vez que diz respeito à nossa qualidade de vida. Como sabemos, o clima afeta diretamente o nosso conforto físico, ele é determinante para a operação de portos e aeroportos, como também interfere nas condições de fluxo de veículos nas ruas e rodovias, sem falar no seu papel fundamental para a agricultura. Daí a importância de estarmos informados sobre as condições climáticas diariamente.
            Se o clima é determinante para a manutenção da nossa qualidade de vida, o que dizer da água? Água que mata a nossa sede e que é tão fundamental para o preparo dos nossos alimentos, elemento também imprescindível para a higiene diária (individual e coletiva); água que movimenta a indústria e a agricultura; água que viabiliza o turismo; água que nos banha nesse litoral atlântico; água, agente que determina as condições de desenvolvimento de todas as civilizações. Particularmente neste início de milênio, quando toda a comunidade internacional se depara com a “Crise Mundial da Água”.
Num cenário em que, reconhecidamente, as soluções dos problemas relacionados com a recuperação e a preservação dos mananciais de água potável passam pela participação de todos os componentes da sociedade, e considerando que grande parte da população necessita ser esclarecida sobre o valor desse bem natural, cabe uma reflexão sobre a contribuição que a mídia televisiva pode dar no sentido de formar uma consciência de valorização da água.
Tomando como referência o aumento significativo de programas jornalísticos especializados em violência urbana, que nos bombardeiam diariamente com informações sobre assassinatos, acidentes de trânsito, assaltos à mão armada, tráfico de drogas, crimes de todas as espécies, sob o rótulo de “jornalismo verdade”, somos levados a questionar: existe algum espaço para iniciarmos um processo de conscientização da população sobre a necessidade de preservarmos os nossos recursos hídricos, cada vez mais escassos?
Por que não pensarmos na possibilidade de inovação do jornalismo brasileiro, abrindo um espaço permanente, nos jornais televisivos, de informações sobre a água? 
Segue, pois, a nossa proposta: reservar trinta segundos do tempo total dos programas jornalísticos televisivos para transmitir informações sobre o tema “água”, nos mesmos moldes do que é feito para a meteorologia.
Agindo assim, as empresas de televisão de todos os estados brasileiros estariam prestando um serviço importantíssimo para a sociedade, promovendo uma verdadeira revolução em termos de formação de uma consciência cidadã sobre o valor da água. Essa construção de uma nova consciência coletiva de preservação ambiental se daria em doses homeopáticas, com trinta segundos de informações diárias transmitidas para milhões de residências em todo o território nacional. Com a ressalva de que não seriam necessárias alterações significativas na programação jornalística atualmente praticada pelas empresas de televisão.
           Temas como: gerenciamento de recursos hídricos; tipos de agentes poluentes das nossas águas; desperdício; reuso da água; balneabilidade; custo da água distribuída para a população; características e importância das nossas águas subterrâneas; formas de participação do cidadão comum no processo de preservação ambiental; dentre tantos outros assuntos, passariam a ser de domínio público. 
           Através das informações sobre a água, estaríamos promovendo um diferencial no jornalismo brasileiro. E esse diferencial seria o catalisador das mudanças que nos conduziriam para um futuro mais digno e verdadeiramente participativo no processo de construção do desenvolvimento sustentável almejado por todos. 

Texto retirado e adaptado do livro "Pedagogia da Água", 1ª Edição. Autor: João de Deus Souto Filho

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ciclo da água, ciclo da vida

Da mesma forma como na natureza, a vida da gente é marcada por ciclos. Ciclos que se abrem e que se fecham, num contínuo, que definem a nossa passagem por esse mundo terreno.

Acabamos de fechar um ciclo e outro se inicia, representando o principiar de uma nova jornada. E como em  todo início, criamos expectativas, imaginamos novos projetos, sempre na perspectiva das coisas evoluírem para melhor. É essa esperança que nos move para frente, mesmo sabendo das barreiras que surgirão ao longo do caminho.

Que o ciclo da água seja a nossa referência, nesse momento em que damos os primeiros passos dentro do novo ano. Que 2013 seja uma ano de novas descobertas, de superação e muita disposição para alcançarmos o melhor de cada um de nós. Que seja um ano de realizações efetivas, de concretização de sonhos, de convivência amorosa e de amadurecimento tranquilo.

Pois é assim com a água nos seus diferentes estados. Em algum instante lá está ela borbulhante brotando de uma fonte hidrotermal, abastecendo um pequeno lago ou mesmo um riacho que escorre vigoroso por entre as pedras, indo desaguar num rio de mais vastas águas. Nesse rio, múltiplas águas se misturam, vindas de inúmeros afluentes que capam água em distintas nascentes e que lavam distintos terrenos. Dessa mistura surge uma nova água, agora mais rica em constituintes minerais e orgânicos, formando um corpo só, uma só massa d'água que viaja mais ainda, a água do rio que tem nome e que tem uma personalidade. Já que todo rio tem uma personalidade própria, uma identidade. É assim com o Amazonas, com o São Francisco, com o Tocantins, com o Tietê, com o Potengi, com o Paraíba do Sul e com todos os demais rios do mundo. E a maioria desses rios vai desaguar nos mares e nos oceanos constituindo a grande massa de água que recobre quase todo o planeta.

Quando se infiltra, a água vai formar os lençóis subterrâneos, os aquíferos, que constituem importantes reservas naturais de recursos hídricos. E cada aquífero com sua identidade, com sua água característica. É assim com o aquífero Barreiras, com o Alter do Chão, com o Cabeças, com o Açu, com o Bambuí, com o Guaraní e com todos os demais aquíferos brasileiros e do mundo.  

No estado gasoso, as moléculas de água, agora mais livres e soltas, vão compor a atmosfera do planeta, na forma de nuvens que viajam como gaivotas levadas pelo vento, ou na forma de vapor d'água que regula a umidade do ar que respiramos. E novamente essas mesmas moléculas de água retornam à terra, agora na fase líquida, como gotas de chuva que lavam a face do planeta e que voltam a abastecer os riachos, os rios, os mares, os oceanos, os aquíferos.

É assim o ciclo da água,como é assim o ciclo da vida, que se renova e se revigora, a cada dia, a cada estação, a cada ano.

Que possamos, juntos, nesse ciclo da vida, nesse novo ano que se inicia, construir uma sociedade melhor, com ações individuais e coletivas que possibilitem a todos um futuro digno e saudável.