Mar de Aral - a mão destrutiva do homem
Na Ásia Central, mais
precisamente, na fronteira entre Kasaquistão e Uzbequistão, existe um mar que
agoniza.
A morte do Mar de Aral, que
já foi o quarto maior lago do planeta, é conhecida como a pior tragédia
ambiental do século XX. O que aconteceu na Ásia Central também recebe a denominação de a “Chernobil
Calada”, por ter sido uma catástrofe silenciosa que evoluiu quase
imperceptivelmente ao longo das últimas décadas, e é mais um exemplo recente da
capacidade destrutiva da raça humana.
A saúde do Mar de Aral,
antes do anos 1950, era mantida pela chegada de 55 bilhões de metros cúbicos
anuais de água, fornecidas pelos rios Syr Darya e Amu Darya. Devido à retirada
desenfreada de água desses dois rios, para irrigar plantações de algodão e
trigo, o Mar de Aral alcançou a década de 1980 recebendo apenas 7 bilhões de
metros cúbicos de água por ano. Esta
situação se agravou ainda mais e atualmente chegam no lago menos de 5 bilhões
de metros cúbicos anualmente. Esse desequilíbrio hídrico provocou a perda de
75% do volume do lago. As projeções futuras sinalizam que o Mar de Aral secará
totalmente por volta de 2015.
Quando ainda encontrava-se
saudável, o Mar de Aral cobria uma área de 66 mil quilômetros quadrados e possuía
um volume de água da ordem de 1.000 quilômetros cúbicos.
Grandes desvios de cursos d’água,
implantação de sistemas de irrigação mal dimensionados, aliada a uma gestão inadequada
dos recursos hídricos, são apontados como as causas principais para a
diminuição do caudal entrado no Mar de Aral o que, por sua vez, alterou o
equilíbrio ecológico que ali existia.
Hoje, o Mar de Aral se
restringe a acumulações restritas de água supersalinizada, onde a vida
praticamente se extinguiu. Toda a vigorosa indústria pesqueira que existia na
região foi transformada em pó e todo o rico sistema ecológico da Bacia
Hidrográfica da região foi comprometido de modo irreversível.
Onde havia água boa, riqueza
natural e vida abundante, existe apenas sal e miséria. Que a agricultura
irrigável no Brasil não siga os mesmos caminhos da região do Mar de Aral.
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