sábado, 7 de dezembro de 2013

Mar de Aral - a mão destrutiva do homem

Na Ásia Central, mais precisamente, na fronteira entre Kasaquistão e Uzbequistão, existe um mar que agoniza.

A morte do Mar de Aral, que já foi o quarto maior lago do planeta, é conhecida como a pior tragédia ambiental do século XX. O que aconteceu na Ásia Central também recebe a denominação  de a Chernobil Calada”, por ter sido uma catástrofe silenciosa que evoluiu quase imperceptivelmente ao longo das últimas décadas, e é mais um exemplo recente da capacidade destrutiva da raça humana.

A saúde do Mar de Aral, antes do anos 1950, era mantida pela chegada de 55 bilhões de metros cúbicos anuais de água, fornecidas pelos rios Syr Darya e Amu Darya. Devido à retirada desenfreada de água desses dois rios, para irrigar plantações de algodão e trigo, o Mar de Aral alcançou a década de 1980 recebendo apenas 7 bilhões de metros cúbicos de água por ano.  Esta situação se agravou ainda mais e atualmente chegam no lago menos de 5 bilhões de metros cúbicos anualmente. Esse desequilíbrio hídrico provocou a perda de 75% do volume do lago. As projeções futuras sinalizam que o Mar de Aral secará totalmente por volta de 2015.

Quando ainda encontrava-se saudável, o Mar de Aral cobria uma área de 66 mil quilômetros quadrados e possuía um volume de água da ordem de 1.000 quilômetros cúbicos.

Grandes desvios de cursos d’água, implantação de sistemas de irrigação mal dimensionados, aliada a uma gestão inadequada dos recursos hídricos, são apontados como as causas principais para a diminuição do caudal entrado no Mar de Aral o que, por sua vez, alterou o equilíbrio ecológico que ali existia.

Hoje, o Mar de Aral se restringe a acumulações restritas de água supersalinizada, onde a vida praticamente se extinguiu. Toda a vigorosa indústria pesqueira que existia na região foi transformada em pó e todo o rico sistema ecológico da Bacia Hidrográfica da região foi comprometido de modo irreversível.

Onde havia água boa, riqueza natural e vida abundante, existe apenas sal e miséria. Que a agricultura irrigável no Brasil não siga os mesmos caminhos da região do Mar de Aral.

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