segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Vai Faltar Água, Muita Água!

As previsões para o ano corrente (2021), com respeito à disponibilidade de água para matar a sede e mover o país, são muito piores do que aquelas dos últimos três anos. A seca, que até poucos anos atrás era tema quase que restrito ao Nordeste brasileiro, agora se estende para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Pelo andar da carruagem, vai faltar água nos grandes centros urbanos, na agricultura e pecuária, nas indústrias e, principalmente, nas hidrelétricas.




O governo federal vem tentando colocar panos quentes sobre a iminente Crise Hídrica que se aproxima, mas todos os sinais apontam para o racionamento de água e de energia elétrica no transcorrer do ano de 2021. O enfrentamento de uma Crise Hídrica em escala quase que continental, como é o caso do Brasil, não é tarefa para amadores, nem tampouco que se resolva com ações improvisadas. É preciso planejamento de longo prazo, com a aquisição de recursos críticos no tempo certo, aliado à disponibilização de recursos materiais, de infraestrutura e humanos em diferentes frentes. Será que estamos preparados para isso? No meu entender, não!

Como reflexo da polarização política que vivenciamos, o país sequer tem uma posição consolidada sobre a questão das Mudanças Climáticas. Perde-se mais tempo discutindo as causas desse fenômeno, em escala planetária, do que se adequando à nova realidade climática que está mudando a fisiografia de muitas regiões.

A ciência já demonstrou de modo cabal o papel dos chamados “rios voadores”, gerados por influência direta da cobertura vegetal da floresta amazônica, no regime de chuvas das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Contudo, persistem os desmatamentos que vêm reduzindo sistematicamente a cobertura vegetal do norte do país. Muitos não se atêm que a cada quilômetro quadrado de floresta derrubada se reduz o volume de água nos “rios voadores”.

Não bastassem os incêndios ocorridos no Pantanal e na parte sul da Floresta Amazônica, no ano que passou, já começamos ver o fogo tragando extensa área na Chapada dos Veadeiros (Parque da Emas). Hora de nos perguntarmos: - Estamos preparados para enfrentar esses incêndios no corrente ano? Temos equipamentos, equipes treinadas e demais recursos materiais e humanos para enfrentarmos mais uma batalha contra o fogo?

Todos os grandes reservatórios de águas superficiais, onde estão instaladas as principais hidrelétricas do país, apresentam níveis abaixo do requerido para a produção adequada de energia elétrica.

O governo já aumentou a cobrança sobre o consumo de energia elétrica como forma de forçar a redução do consumo. Isso tem impacto direto na produtividade da indústria, aumentando os custos, que se refletem no consumidor final.

Estamos por adentrar o mês de Setembro e os sinais de agravamento da situação só aumentam. Depois de negar sistematicamente o risco de colapso do Sistema Elétrico brasileiro, só agora o Governo Federal admite que a situação é grave, exigindo ações imediatas. As tarifas de energia elétrica já alcançaram patamares estratosféricos, com tendência de aumentarem mais ainda. Só agora é que foram iniciadas as campanhas de uso racional da energia elétrica. Uma medida paliativa que não resolve o problema.

Como se diz popularmente, “o buraco é mais embaixo”. Falta um plano estratégico com visão de longo prazo, falta uma ação articulada entre os diferentes ministérios com foco em um objetivo comum que a Segurança Hídrica do país, com reflexos diretos na Segurança Energética.

Pelas projeções mais recentes, vai faltar água para beber e água para alimentar adequadamente a nossa matriz energética. As regiões, Sul, Sudeste e Centro-Oeste estão sob forte ameaça. A seca nessas três regiões é uma realidade incontestável. E não dá mais para empurrar com a barriga ou colocar esse problema debaixo do tapete.

Faltando água e energia, nenhuma sociedade minimamente organizada se sustenta. Faltando água e energia os preços dos bens de consumo explodem. Faltando água e energia, todo o parque industrial se vê ameaçado. Faltando água e energia a economia sucumbe. Faltando água e energia, a fome e a sede corroem a estabilidade socioeconômica de qualquer país.

E não adianta querer colocar a culpa em São Pedro. Os sinais da mudança climática que está nos atingindo já vêm sendo dado há muitos anos. Negar isso é fechar os olhos para uma realidade que já afeta todo o planeta. Se equivocam aqueles que acreditam na falácia de que a Mudança Climática é uma questão ideológica.

João de Deus Souto Filho
Natal-RN

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Água: desperdício na distribuição

O tema DESPERDÍCIO DE ÁGUA desperta muito interesse, porém a sua discussão costuma ser pouco aprofundada.

Existe desperdício de água nas residências, no chamado "uso doméstico" da água. Existe desperdício na agricultura, principalmente nos projetos de irrigação. Existe desperdício na pecuária, principalmente com a dessedentação animal. Existe desperdício de água na indústria. E existe o desperdício de água na rede de distribuição de água para a população, feita pelas companhias de águas e esgotos espalhadas pelo Brasil.
É desse desperdício que iremos falar. De um grau de desperdício que se mostra assustador e de difícil solução. Esse é o retrato atual desse grave problema envolvendo a distribuição de água potável para a população.
O Ministério do Desenvolvimento Regional, através da Secretaria Nacional de Saneamento (SNS), publicou em Dezembro de 2020 o "25º Diagnóstico de Serviços de Água e Esgoto" referente ao ano de 2019. Esse diagnóstico toma por base os dados coletados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
Apresentamos a seguir alguns números retirados desse diagnóstico:
- Para o serviço de abastecimento de água, são representados 5.191 municípios, com população urbana residente de 174,7 milhões de habitantes, assegurando uma representatividade de 93,2% em relação ao total de municípios e de 98,2% em relação à população urbana do Brasil.
- Para esgotamento sanitário, em 2019, a quantidade de municípios foi de 4.226 e a população urbana residente de 165,4 milhões de habitantes, uma representatividade de 75,9% em relação ao total de municípios e de 92,9% em relação à população urbana do Brasil.
- Os municípios brasileiros, cujos dados estão presentes no SNIS em 2019, possuem 680,4 mil quilômetros de redes de abastecimento água, às quais estão conectados 59,1 milhões de ligações de água.
- O consumo médio de água no país, em 2019, foi de 153,9 litros por habitante ao dia, uma redução de 0,6% em comparação a 2018. Em 2019, os consumos variam regionalmente de 120,6 l/hab/dia no Nordeste a 177,4 l/hab/dia no Sudeste.
- O porte dos serviços de água e esgotos na economia pode ser medido pela movimentação financeira de aproximadamente R$ 150,0 bilhões em 2019, referente a investimentos que totalizaram cerca de R$ 15,7 bilhões, mais receitas operacionais de R$ 71,9 bilhões e despesas de R$ 62,4 bilhões.
- As perdas dos Sistemas de Distribuição de água para a população na média nacional alcançaram em 2019 o valor de 39,2%. Isso representa um desperdício significativo de água tratada que sequer chega às residências. Na maioria das vezes, essas perdas estão relacionadas com vazamentos nas tubulações do Sistema de Distribuição.
- Em termos regionais, o percentual de perdas é o seguinte: Norte: 55,2%; Nordeste: 45,7%; Sudeste: 36,1%; Sul: 37,5% e Centro Oeste: 34,4%
- Cabe ressaltar que, dentre os estados do Nordeste, o Rio Grande do Norte apresenta o segundo maior índice de perdas (51,2%), ficando à frente apenas do Maranhão (59,5%).
- Os índices alcançados pelos estados do Nordeste foram os seguintes: Bahia (40,2%); Sergipe (43,6%); Alagoas (29,8%); Pernambuco (50,1%); Paraíba (38,8%); Rio Grande do Norte (51,2%); Ceará (43,0%); Piauí (48,4%) e Maranhão (59,5%).
- A análise dos resultados, segundo os prestadores de serviços de abrangência regional, permite observar que em 2019 apenas dois prestadores apresentam índices de perdas inferiores a 30% (CASAL/AL, 26,6% e SANEAGO/GO, 28,6%).
- Outros 11 prestadores apresentam índices superiores a 30% e inferiores a 40% (CAESB, 32,1%; SABESP/SP, 33,8%; SANEPAR/PR, 34,3%; SANEATINS/TO, 34,9%; CEDAE/RJ, 37,9%. COPANOR, 37,9%; CESAN/ES, 38,4%; CAGEPA/PB, 39,0%; CASAN/SC, 39,8%; e COPASA/MG, 39,9%).
- Na faixa entre 40 e 50% encontram-se: SANESUL/MS, 40,9%; EMBASA/BA, 41,3%; COSANPA/PA, 42,4%; DESO/SE, 43,0%; CORSAN/RS, 43,3%; CAGECE/CE, 45,6%; AGESPISA/PI, 49,9% e COMPESA/PE, 50,0%).
- Outros oito prestadores de abrangência regional apresentam índices superiores a 50%: CAERN/RN, 52,2%; ATS/TO, 54,6%; DEPASA/AC, 60,7%; CAEMA/MA, 64,9%; CAER/RR, 65,4%; CAERD/RO, 72,0%; CAESA/AP, 73,6%; e COSAMA/AM, 74,9%.
Considerando que a quase totalidade das Empresas Distribuidoras trabalham com perdas superiores a 30%, imaginem o volume de água tratada desperdiçada ao longo do ano.
Eu que resido no estado do Rio Grande do Norte fiquei chocado com o nível de desperdício da Companhia de Águas e Esgotos do RN (CAERN) que alcança a marca de 52,2%. O que significa dizer que mais da metade do volume de água tratada distribuída para a população é perdida antes de chegar na casa dos potiguares. Uma lástima, do ponto de vista ambiental e de negócio.
Uma pergunta final: Você já viu essa questão do desperdício de água pelas Empresas Distribuidoras sendo debatida no seu estado?

Fonte: 25º Diagnóstico de Serviços de Água e Esgoto - 2019, publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional em dezembro de 2020.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Da mão do homem para os rios, dos rios para os mares – Como conter a poluição por plásticos?

 A poluição dos rios e mares com material plástico é um problema ainda muito mal resolvido. Melhor seria dizer: um problema ainda não resolvido!

E quando falamos nesse grave problema ambiental, já sabemos de antemão onde está a sua raiz. Todos sabemos, está no ser humano. Está no dono de indústrias que descartam de modo inadequado o seu lixo plástico; está nos administradores públicos que não implementam sistemas de coleta, tratamento e descarte adequado dos plásticos gerados e utilizados nos centros urbanos; está nos legisladores que não trabalham proativamente para a implementação de leis que coíbam efetivamente o descarte inadequado de plásticos nos corpos d’água (riachos, rios, lagoas, oceanos); está no turista irresponsável que não respeita o meio ambiente; e está no cidadão desinformado que, por pura comodidade, descarta o seu lixo doméstico e seus plásticos em locais impróprios.

Como resultado dessa postura irresponsável, a quase totalidade dos rios que passam por centros urbanos e os oceanos estão literalmente “encharcados” de plásticos. Nos dois hemisférios do planeta, nos países ricos e pobres, o problema se repete: os resíduos plásticos poluem quase todos os mananciais água da nossa combalida Terra.

Apesar das várias iniciativas voltadas para a despoluição de alguns corpos d’água, falta uma Ação Global de coleta, tratamento e destinação final adequada do lixo plástico.

Em ação já iniciada, o Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) iniciou um projeto, com apoio técnico do Google para combater a poluição por plásticos, usando a ciência cidadã e as tecnologias de “machine learning”.

Essa parceria está começando com a análise de resíduos no rio Mekong, na Tailândia, um dos rios mais poluídos do mundo. Segundo artigo publicado na ONU News, “a ação de computadores deve ajudar a criar um novo modelo para uma visão mais clara e precisa sobre a poluição plástica no rio Mekong”. Em termos objetivos, pretende-se identificar os locais de descarte de material plásticos, através de “dados geoespaciais”.

Os resultados desses levantamentos, com o georreferenciamento dos locais de descarte, poderão ser usados por governos em níveis local e nacional para determinar o rumo das políticas e os recursos para evitar a poluição dos rios por resíduos plásticos.

Vale ressaltar que não basta a implementação de alternativas técnicas para a solução do problema. É necessário para a efetividade de qualquer iniciativa de despoluição o envolvimento de todos os segmentos econômicos e sociais. Somente com a ação conjunta de todos é que alcançaremos um resultado positivo e definitivo.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Ocorrência de Água Doce no Fundo dos Oceanos

 



Água doce no fundo do mar? Como é possível isso?

 

Existem aquíferos portadores de água doce que se estendem até as regiões de mar aberto. Em muitas regiões do planeta, em todos os oceanos, existem registros de exsudação de água doce no fundo do mar. Essas exsudações são como nascentes de água doce no substrato dos oceanos, na maioria das vezes, próximos das regiões litorâneas.

 

O termo, em inglês, que designa esse tipo de acumulação de água doce no fundo marinho é “Offshore freshened groundwater (OFG)”. Em outras palavras, é a água de baixa salinidade hospedada em sedimentos e rochas abaixo do fundo do mar.

 

Segundo o pesquisador Vincent Post, do Centro Nacional de Águas Subterrâneas e da Universidade Flinders, na Austrália, “Os cientistas que se dedicam às pesquisas de águas subterrâneas sabiam que há água doce sob o fundo do mar, mas achavam que ela só aparecia sob condições raras e especiais. Nosso estudo mostra que aquíferos doces e salobros abaixo do leito marinho são realmente um fenômeno bastante comum. Essas reservas foram formadas ao longo dos últimos milhares de anos, quando, em média, o nível do mar era muito mais baixo do que é hoje e quando o litoral ficava mais longe. Então, quando chovia, a água se infiltrava no solo e enchia o lençol freático em áreas que hoje estão sob o mar.”

 

Esses aquíferos, portadores de água com baixa salinidade, ocorrem na costa da maioria dos continentes ao redor do mundo e poderia possivelmente se tornar uma fonte de água potável para populações humanas que vivem perto da costa. As ocorrências mais conhecidas estão nos Estados Unidos, Austrália, Indonésia, América do Sul, Japão e Israel. Esses reservatórios portadores de água doce também ocorrem no litoral brasileiro. Porém há necessidade da implementação de projetos de pesquisa para a devida caracterização e delimitação desses mananciais de água subterrânea.

 

Em função do interesse crescente por novos mananciais de água doce, para atendimento das demandas em regiões costeiras, foi criado em janeiro de 2017, pela European Research Council, o projeto MARCAN, liderado pelo Prof. Aaron Micallef da Universidade de Malta.

 

Os cientistas do projeto MARCAN estão usando uma variedade de métodos geoquímicos, geofísicos e numéricos para estudar águas subterrâneas doces que ocorrem nas áreas marinhas para melhor entenderem o papel desses recursos hídricos no ciclo global da água.

 

Segundo publicações do prof. Aaron Micallef, “a maioria dos registros ocorre dentro de 55 quilômetros da costa e até uma profundidade de água de 100 metros e profundidade do fundo do mar de 200 metros, predominantemente em margens continentais passivas”. No entanto, já foi relatada a presença de água doce a distâncias de até 720 quilômetros da costa e em profundidades de água de três mil metros.

 

Com base nos locais já conhecidos, estima-se um volume global de 1 milhão de quilômetros cúbicos (1,0 x 1018 litros) de água doce abaixo do fundo marinho.

 

Porém, ainda existem muitos pontos que precisam ser esclarecidos, dentre os quais destacamos:

- A distribuição, extensão e dimensões dos corpos que armazenam a água doce em subsuperfície;

- Os mecanismos que controlam o armazenamento e a preservação dessas águas, bem como o tempo de residência dessas águas nos reservatórios;

- O controle que o ambiente geológico exerce sobre a distribuição espacial desses aquíferos;

- E como esses reservatórios naturais de água doce responderão às mudanças climáticas.

 

Fonte:

Existe mais água doce no oceano do que nós extraímos da terra em 100 anos (hypescience.com)


https://eos.org/editors-vox/freshened-groundwater-in-the-sub-seafloor

terça-feira, 28 de maio de 2019

Recuperação de Nascentes: Um exemplo a ser seguido!

A grande contribuição de Sebastiao Salgado e de sua esposa para a recuperação de áreas degradadas!
Um exemplo a ser seguido! Um grande exemplo de brasilidade!

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: EU NÃO ACREDITO!

- Eu não acredito!


Assim afirmou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após tomar conhecimento da publicação do 4º Relatório de Avaliação Climática, ocorrida no dia 30/10/2018. Esse relatório, encomendado pelo Congresso Americano, além de envolver pesquisadores de importantes Universidades, foi elaborado com a participação de treze departamentos governamentais, do Departamento de Agricultura e até da NASA. Mesmo assim, o arrogante Trump diz não acreditar nas conclusões e recomendações contidas no referido relatório.

Nas palavras de Brenda Ekwurzel, uma das autoras do relatório, e diretora de Ciências Climáticas da União dos Cientistas Interessados, “Esse relatório deixa claro que as mudanças climáticas não são um problema do futuro distante. Estão acontecendo agora em todas as partes do país”.

Segundo o relatório, em função das mudanças climáticas, “as perdas anuais em alguns setores econômicos podem chegar às centenas de bilhões de dólares até o final do século - mais que o atual produto interno bruto (PIB) de alguns estados norte-americanos”.

A grande polêmica por trás da afirmação de Donald Trump diz respeito à tese do “Aquecimento Global”, que de fato é uma questão que ainda está em aberto, pois muitos pesquisadores discordam que o planeta esteja passando por uma fase de sobreaquecimento ocasionado por ações humanas.

Independentemente da polêmica sobre o aquecimento ou não do Planeta, o fato que merece atenção é que estamos vivenciando um período de Mudança Climática em escala planetária. E essa Mudança Climática precisa ser levada em conta, pois tem impacto direto em todas as atividades humanas, sejam no hemisfério Norte ou no hemisfério Sul.

Negar que estamos passando por um período de Mudança Climática é fechar os olhos para os fenômenos meteorológicos que estão causando fortes impactos em muitas regiões do planeta (Excesso de chuvas; secas extremas, acompanhadas de excesso de calor; nevascas intensas; tempestades frequentes e muito violentas; erosão acentuada em muitas faixas costeiras; dentre tantos outros exemplos recentes).

O alerta mais contundente do relatório é que essas mudanças climáticas “afetariam desproporcionalmente os pobres, atingiriam amplamente a saúde humana, danificariam a infraestrutura existente, limitariam a disponibilidade de água, alterariam limites costeiros e aumentariam os custos industriais tanto no campo quanto na produção de energia.” Portanto, não é uma questão que possa ser negligenciada por nenhum governo.

Para entender melhor o motivo da polêmica, fiz uma leitura da versão oficial do referido relatório e seus anexos, que estão disponíveis no endereço https://nca2018.globalchange.gov/.

Para facilitar o compartilhamento de conhecimento, fiz uma tradução livre do sumário dos principais resultados obtidos, que apresento a seguir.


CLIMATE ASSESSMENT 
Volume II: Impacts, Risks, and Adaptation in the United States

The National Climate Assessment (NCA) assesses the science of climate change and
variability and its impacts across the United States, now and throughout this century.



AVALIAÇÃO CLIMÁTICA

volume II: impactos, riscos e adaptação nos Estados Unidos

O Comitê de Avaliação Climática Nacional (NCA) avalia a ciência das mudanças climáticas e a variabilidade e seus impactos em todos os Estados Unidos, agora e ao longo deste século.






FOURTH NATIONAL CLIMATE ASSESSMENT


QUARTA AVALIAÇÃO CLIMÁTICA NACIONAL


Sumary Findings (Sumário de Resultados)




These Summary Findings represent a high-level synthesis of the material in the underlying report. The findings consolidate Key Messages and supporting evidence from 16 national-level topic chapters, 10 regional chapters, and 2 chapters that focus on societal response strategies (mitigation and adaptation). Unless otherwise noted, qualitative statements regarding future conditions in these Summary Findings are broadly applicable across the range of different levels of future climate change and associated impacts considered in this report.

Tradução Livre:

Estes resultados resumidos representam uma síntese de alto nível do material no relatório subjacente. Os achados consolidam mensagens-chave e comprovam evidências de 16 capítulos temáticos de nível nacional, 10 capítulos regionais e 2 capítulos que se concentram em estratégias de resposta social (mitigação e adaptação). Salvo indicação em contrário, as declarações qualitativas relativas às condições futuras nestes resultados resumidos são amplamente aplicáveis em toda a gama de diferentes níveis de alterações climáticas futuras e impactos associados considerados neste relatório.



1.      Communities (Comunidades)


Climate change creates new risks and exacerbates existing vulnerabilities in communities across the United States, presenting growing challenges to human health and safety, quality of life, and the rate of economic growth. 

Tradução Livre:

As mudanças climáticas criam novos riscos e exacerbam as vulnerabilidades existentes nas comunidades dos Estados Unidos, apresentando desafios crescentes à saúde e à segurança humanas, à qualidade de vida e à taxa de crescimento econômico.


The impacts of climate change are already being felt in communities across the country. More frequent and intense extreme weather and climate-related events, as well as changes in average climate conditions, are expected to continue to damage infrastructure, ecosystems, and social systems that provide essential benefits to communities. Future climate change is expected to further disrupt many areas of life, exacerbating existing challenges to prosperity posed by aging and deteriorating infrastructure, stressed ecosystems, and economic inequality. Impacts within and across regions will not be distributed equally. People who are already vulnerable, including lower-income and other marginalized communities, have lower capacity to prepare for and cope with extreme weather and climate-related events and are expected to experience greater impacts. Prioritizing adaptation actions for the most vulnerable populations would contribute to a more equitable future within and across communities. Global action to significantly cut greenhouse gas emissions can substantially reduce climate-related risks and increase opportunities for these populations in the longer term.



Tradução Livre:


Os impactos das mudanças climáticas estão sendo sentidos em comunidades de todo o país. Os eventos climáticos extremos mais freqüentes e intensos, bem como as mudanças nas condições climáticas médias, devem continuar a prejudicar a infraestrutura, os ecossistemas e os sistemas sociais que proporcionam benefícios essenciais às comunidades. A futura mudança climática deverá perturbar ainda mais muitas áreas da vida, agravando os desafios existentes para a prosperidade representada pelo envelhecimento e deterioração da infra-estrutura, dos ecossistemas estressados e da desigualdade econômica. Os impactos dentro e entre regiões não serão distribuídos igualmente. As pessoas que estão vulneráveis, incluindo a baixa renda e outras comunidades marginalizadas, têm menor capacidade de se preparar para e lidar com o clima extremo e eventos relacionados com o clima e são esperados para experimentar maiores impactos. Priorizar ações de adaptação para as populações mais vulneráveis contribuiria para um futuro mais equitativo dentro e entre as comunidades. A ação global para reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa pode diminuir substancialmente os riscos relacionados ao clima e aumentar as oportunidades para essas populações a longo prazo.


2. Economy (Economia)


Without substantial and sustained global mitigation and regional adaptation efforts, climate change is expected to cause growing losses to American infrastructure and property and impede the rate of economic growth over this century. 

Tradução Livre:

Sem uma mitigação global substancial e sustentada e esforços de adaptação regional, a mudança climática deve causar perdas crescentes para a infra-estrutura americana e propriedade e impedir a taxa de crescimento econômico ao longo deste século.


In the absence of significant global mitigation action and regional adaptation efforts, rising temperatures, sea level rise, and changes in extreme events are expected to increasingly disrupt and damage critical infrastructure and property, labor productivity, and the vitality of our communities. Regional economies and industries that depend on natural resources and favorable climate conditions, such as agriculture, tourism, and fisheries, are vulnerable to the growing impacts of climate change. Rising temperatures are projected to reduce the efficiency of power generation while increasing energy demands, resulting in higher electricity costs. The impacts of climate change beyond our borders are expected to increasingly affect our trade and economy, including import and export prices and U.S. businesses with overseas operations and supply chains. Some aspects of our economy may see slight near-term improvements in a modestly warmer world. However, the continued warming that is projected to occur without substantial and sustained reductions in global greenhouse gas emissions is expected to cause substantial net damage to the U.S. economy throughout this century, especially in the absence of increased adaptation efforts. With continued growth in emissions at historic rates, annual losses in some economic sectors are projected to reach hundreds of billions of dollars by the end of the century—more than the current gross domestic product (GDP) of many U.S. states.



Tradução Livre:


Na ausência de uma ação de mitigação global significativa e esforços de adaptação regional, as temperaturas crescentes, aumento do nível do mar, e as mudanças em eventos extremos são esperados para perturbar cada vez mais e danificar a infra-estrutura crítica e propriedade, a produtividade do trabalho e a vitalidade de nossas comunidades. As economias e as indústrias regionais que dependem dos recursos naturais e das condições climáticas favoráveis, como a agricultura, o turismo e as pescas, são vulneráveis aos crescentes impactos das alterações climáticas. As temperaturas crescentes são projetadas para reduzir a eficiência da geração de energia, aumentando as demandas de energia, resultando em custos de eletricidade mais elevados. Os impactos das mudanças climáticas além de nossas fronteiras são esperados para afetar cada vez mais o nosso comércio e economia, incluindo os preços de importação e exportação e as empresas dos Estados Unidos com operações no exterior e cadeias de abastecimento. Alguns aspectos da nossa economia podem ver pequenas melhorias a curto prazo em um mundo modestamente mais quente. No entanto, o aquecimento continuado que é projetada para ocorrer sem reduções substanciais e sustentadas em emissões globais de gases com efeito de estufa deve causar danos líquidos substanciais para a economia dos E.U. ao longo deste século, especialmente na ausência de aumento dos esforços de adaptação. Com o crescimento contínuo das emissões a taxas históricas, as perdas anuais em alguns setores econômicos são projetadas para chegar a centenas de bilhões de dólares até o final do século - mais do que o produto interno bruto atual (PIB) de muitos Estados americanos.




3. Interconnected Impacts (Aspectos Interconectados)


Climate change affects the natural, built, and social systems we rely on individually and through their connections to one another. These interconnected systems are increasingly vulnerable to cascading impacts that are often difficult to predict, threatening essential services within and beyond the Nation’s borders.

Tradução Livre:

As mudanças climáticas afetam os sistemas naturais, construídos e sociais nos quais confiamos individualmente e através de suas conexões entre si. Esses sistemas interconectados são cada vez mais vulneráveis a impactos em cascata que muitas vezes são difíceis de prever, ameaçando serviços essenciais dentro e além das fronteiras da nação.


Climate change presents added risks to interconnected systems that are already exposed to a range of stressors such as aging and deteriorating infrastructure, land-use changes, and population growth. Extreme weather and climate-related impacts on one system can result in increased risks or failures in other critical systems, including water resources, food production and distribution, energy and transportation, public health, international trade, and national security. The full extent of climate change risks to interconnected systems, many of which span regional and national boundaries, is often greater than the sum of risks to individual sectors. Failure to anticipate interconnected impacts can lead to missed opportunities for effectively managing the risks of climate change and can also lead to management responses that increase risks to other sectors and regions. Joint planning with stakeholders across sectors, regions, and jurisdictions can help identify critical risks arising from interaction among systems ahead of time.


Tradução Livre:


As alterações climáticas apresentam riscos acrescida para sistemas interconectados que estão expostos a uma série de estressores, como envelhecimento e deterioração da infra-estrutura, mudanças no uso do solo e crescimento populacional. O clima extremo e os impactos relacionados ao clima em um sistema podem resultar em aumento de riscos ou falhas em outros sistemas críticos, incluindo recursos hídricos, produção e distribuição de alimentos, energia e transporte, saúde pública, comércio internacional e segurança nacional. A totalidade dos riscos para as alterações climáticas nos sistemas interligados, muitos dos quais abrangem fronteiras regionais e nacionais, é frequentemente superior à soma dos riscos para os setores individuais. A incapacidade de antecipar impactos interligados pode levar a oportunidades perdidas para gerir eficazmente os riscos das alterações climáticas e também pode levar a respostas de gestão que aumentam os riscos para outros setores e regiões. O planejamento conjunto com as partes interessadas em setores, regiões e jurisdições pode ajudar a identificar riscos críticos decorrentes da interação entre sistemas antes do tempo.



4. Actions to Reduce Risks (Ações para Reduzir Riscos)


Communities, governments, and businesses are working to reduce risks from and costs associated with climate change by taking action to lower greenhouse gas emissions and implement adaptation strategies. While mitigation and adaptation efforts have expanded substantially in the last four years, they do not yet approach the scale considered necessary to avoid substantial damages to the economy, environment, and human health over the coming decades.

Tradução Livre:

As comunidades, governos e empresas estão trabalhando para reduzir os riscos e os custos associados às mudanças climáticas, tomando medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e implementar estratégias de adaptação. Embora os esforços de mitigação e adaptação tenham se expandido substancialmente nos últimos quatro anos, eles ainda não abordam a escala considerada necessária para evitar danos substanciais à economia, ao meio ambiente e à saúde humana nas próximas décadas.


Future risks from climate change depend primarily on decisions made today. The integration of climate risk into decision-making and the implementation of adaptation activities have significantly increased since the Third National Climate Assessment in 2014, including in areas of financial risk reporting, capital investment planning, development of engineering standards, military planning, and disaster risk management. Transformations in the energy sector—including the displacement of coal by natural gas and increased deployment of renewable energy—along with policy actions at the national, regional, state, and local levels are reducing greenhouse gas emissions in the United States. While these adaptation and mitigation measures can help reduce damages in a number of sectors, this assessment shows that more immediate and substantial global greenhouse gas emissions reductions, as well as regional adaptation efforts, would be needed to avoid the most severe consequences in the long term. Mitigation and adaptation actions also present opportunities for additional benefits that are often more immediate and localized, such as improving local air quality and economies through investments in infrastructure. Some benefits, such as restoring ecosystems and increasing community vitality, may be harder to quantify.


Tradução Livre:


Os riscos futuros decorrentes da mudança climática dependem principalmente das decisões tomadas hoje. A integração do risco climático na tomada de decisões e na implementação de atividades de adaptação tem aumentado significativamente desde a terceira avaliação climática nacional em 2014, incluindo em áreas de relatórios de riscos financeiros, planejamento de investimentos de capital , desenvolvimento de padrões de engenharia, planejamento militar e gerenciamento de riscos de desastres. As transformações no setor energético incluindo o deslocamento do carvão por gás natural e o aumento da implantação de energias renováveis junto com ações políticas nos níveis nacional, regional, estadual e local estão reduzindo as emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos Estados. Embora estas medidas de adaptação e mitigação possam ajudar a reduzir os danos em vários setores, esta avaliação mostra que são necessárias reduções globais mais imediatas e substanciais das emissões de gases com efeito de estufa, bem como os esforços de adaptação regional, para evitar consequências mais severas a longo prazo. As ações de mitigação e adaptação também apresentam oportunidades para benefícios adicionais que são muitas vezes mais imediatos e localizados, como melhorar a qualidade do ar local e as economias através de investimentos em infraestrutura. Alguns benefícios, como restaurar ecossistemas e aumentar a vitalidade da Comunidade, podem ser mais difíceis de quantificar.



5. Water (Água)


The quality and quantity of water available for use by people and ecosystems across the country are being affected by climate change, increasing risks and costs to agriculture, energy production, industry, recreation, and the environment.

Tradução Livre:

A qualidade e quantidade de água disponível para uso por pessoas e ecossistemas em todo o país estão sendo afetadas pela mudança climática, aumentando os riscos e os custos para a agricultura, produção de energia, indústria, recreação e meio ambiente.


Rising air and water temperatures and changes in precipitation are intensifying droughts, increasing heavy downpours, reducing snowpack, and causing declines in surface water quality, with varying impacts across regions. Future warming will add to the stress on water supplies and adversely impact the availability of water in parts of the United States. Changes in the relative amounts and timing of snow and rainfall are leading to mismatches between water availability and needs in some regions, posing threats to, for example, the future reliability of hydropower production in the Southwest and the Northwest. Groundwater depletion is exacerbating drought risk in many parts of the United States, particularly in the Southwest and Southern Great Plains. Dependable and safe water supplies for U.S. Caribbean, Hawai‘i, and U.S.-Affiliated Pacific Island communities are threatened by drought, flooding, and saltwater contamination due to sea level rise. Most U.S. power plants rely on a steady supply of water for cooling, and operations are expected to be affected by changes in water availability and temperature increases. Aging and deteriorating water infrastructure, typically designed for past environmental conditions, compounds the climate risk faced by society. Water management strategies that account for changing climate conditions can help reduce present and future risks to water security, but implementation of such practices remains limited.


Tradução Livre:


O aumento das temperaturas do ar e da água e as mudanças na precipitação estão intensificando as secas, aumentando as chuvas pesadas, reduzindo o "snowpack" e causando quedas na qualidade da água superficial, com impactos variados em todas as regiões. O aquecimento futuro adicionará stress em fontes de água e impactará adversamente a disponibilidade da água em várias partes dos Estados Unidos. Mudanças nos montantes relativos e na temporização da neve e da precipitação estão levando a desencontros entre a disponibilidade de água e as necessidades em algumas regiões, colocando ameaças, por exemplo, a confiabilidade futura da produção de energia hidrelétrica no sudoeste e noroeste. A depleção de águas subterrâneas está exacerbando o risco de seca em muitas partes dos Estados Unidos, particularmente nas grandes planícies do sudoeste e Sul. Fontes de água confiáveis e seguras para as comunidades das ilhas do Pacífico dos EUA, Havaí e Estados Unidos estão ameaçadas pela seca, inundações e contaminação de águas salgada devido ao aumento do nível do mar. A maioria das usinas americanas dependem de um suprimento constante de água para resfriamento, e espera-se que as operações sejam afetadas por mudanças na disponibilidade de água e aumentos de temperatura. Envelhecimento e deterioração da infra-estrutura de água, tipicamente projetado para as condições ambientais passadas, compõem o risco climático enfrentado pela sociedade. As estratégias de gestão da água que respondem por mudanças climáticas podem ajudar a reduzir os riscos presentes e futuros para a segurança da água, mas a implementação de tais práticas permanece limitada.


6. Health (Saúde)


Impacts from climate change on extreme weather and climate-related events, air quality, and the transmission of disease through insects and pests, food, and water increasingly threaten the health and well-being of the American people, particularly populations that are already vulnerable.

Tradução Livre:

Os impactos da mudança climática sobre o clima extremo e eventos relacionados com o clima, a qualidade do ar, e a transmissão de doenças através de insetos e pragas, alimentos e água ameaçam cada vez mais a saúde e o bem-estar do povo americano, especialmente as populações que já são vulneráveis.


Changes in temperature and precipitation are increasing air quality and health risks from wildfire and ground-level ozone pollution. Rising air and water temperatures and more intense extreme events are expected to increase exposure to waterborne and foodborne diseases, affecting food and water safety. With continued warming, cold-related deaths are projected to decrease and heat-related deaths are projected to increase; in most regions, increases in heat-related deaths are expected to outpace reductions in cold-related deaths. The frequency and severity of allergic illnesses, including asthma and hay fever, are expected to increase as a result of a changing climate. Climate change is also projected to alter the geographic range and distribution of disease-carrying insects and pests, exposing more people to ticks that carry Lyme disease and mosquitoes that transmit viruses such as Zika, West Nile, and dengue, with varying impacts across regions. Communities in the Southeast, for example, are particularly vulnerable to the combined health impacts from vector-borne disease, heat, and flooding. Extreme weather and climate-related events can have lasting mental health consequences in affected communities, particularly if they result in degradation of livelihoods or community relocation. Populations including older adults, children, low-income communities, and some communities of color are often disproportionately affected by, and less resilient to, the health impacts of climate change. Adaptation and mitigation policies and programs that help individuals, communities, and states prepare for the risks of a changing climate reduce the number of injuries, illnesses, and deaths from climate-related health outcomes.


Tradução Livre:


Mudanças na temperatura e precipitação estão aumentando os riscos para a qualidade do ar e para a saúde a partir de incêndios e da poluição por ozônio no nível do solo. As temperaturas crescentes do ar e da água e os eventos extremos mais intensos deverão aumentar a exposição a doenças transmitidas por água e alimentos, afetando a segurança alimentar e hídrica. Com o aquecimento continuado, as mortes relacionadas com o frio são projetadas diminuir e as mortes relacionadas ao calor são projetadas aumentar; na maioria das regiões, espera-se que os aumentos nas mortes relacionadas com o calor ultrapasse as reduções das mortes relacionadas com o frio. A frequência e a severidade de doenças alérgicas, incluindo a asma e a febre de feno, devem aumentar em consequência de um clima em mudança. A mudança climática também é projetada para alterar a faixa geográfica e distribuição de insetos portadores de doenças e pragas, expondo mais pessoas a carrapatos que carregam a doença de Lyme e mosquitos que transmitem vírus como Zika, Nilo Ocidental, e dengue, com impactos variados nas regiões. As comunidades no sudeste, por exemplo, são particularmente vulneráveis aos impactos combinados de saúde causados por doenças transmitidas por vetores, calor e inundações. O clima extremo e os acontecimentos relacionados com o clima podem ter consequências duradouras para a saúde mental nas comunidades afectadas, especialmente se resultem na degradação dos meios de subsistência ou da recolocação da Comunidade. As populações, incluindo adultos mais velhos, crianças, comunidades de baixa renda, e algumas comunidades de cor são muitas vezes desproporcionalmente afetadas, por serem menos resilientes,  pelos impactos na saúde devido as mudanças climáticas. As políticas e programas de adaptação e mitigação que ajudam indivíduos, comunidades e Estados a se prepararem para os riscos de um clima em mudança reduzem o número de lesões, doenças e mortes relacionadas ao clima.



7. Indigenous Peoples (Povos Indígenas)


Climate change increasingly threatens Indigenous communities’ livelihoods, economies, health, and cultural identities by disrupting interconnected social, physical, and ecological systems.

Tradução Livre:

As mudanças climáticas ameaçam cada vez mais os meios de subsistência das comunidades indígenas, as economias, a saúde e as identidades culturais, interrompendo sistemas sociais, físicos e ecológicos interconectados.


Many Indigenous peoples are reliant on natural resources for their economic, cultural, and physical well-being and are often uniquely affected by climate change. The impacts of climate change on water, land, coastal areas, and other natural resources, as well as infrastructure and related services, are expected to increasingly disrupt Indigenous peoples’ livelihoods and economies, including agriculture and agroforestry, fishing, recreation, and tourism. Adverse impacts on subsistence activities have already been observed. As climate changes continue, adverse impacts on culturally significant species and resources are expected to result in negative physical and mental health effects. Throughout the United States, climate-related impacts are causing some Indigenous peoples to consider or actively pursue community relocation as an adaptation strategy, presenting challenges associated with maintaining cultural and community continuity. While economic, political, and infrastructure limitations may affect these communities’ ability to adapt, tightly knit social and cultural networks present opportunities to build community capacity and increase resilience. Many Indigenous peoples are taking steps to adapt to climate change impacts structured around self-determination and traditional knowledge, and some tribes are pursuing mitigation actions through development of renewable energy on tribal lands.


Tradução Livre:


Muitos povos indígenas são dependentes dos recursos naturais para o seu bem-estar econômico, cultural e físico e muitas vezes são afetados exclusivamente pela mudança climática. Os impactos das mudanças climáticas sobre a água, terra, zonas costeiras e outros recursos naturais, bem como infra-estruturas e serviços conexos, devem perturbar cada vez mais os meios de subsistência e as economias dos povos indígenas, incluindo a agricultura e Agroflorestal, pesca, recreação e turismo. foram observados impactos adversos nas atividades de subsistência. À medida que as mudanças climáticas continuam, os impactos adversos em espécies e recursos culturalmente significativos devem resultar em efeitos negativos na saúde física e mental. Nos Estados Unidos, os impactos relacionados ao clima estão fazendo com que alguns povos indígenas considerem ou busquem ativamente a realocação da Comunidade como estratégia de adaptação, apresentando desafios associados à manutenção da continuidade cultural e comunitária. Embora as limitações econômicas, políticas e de infraestrutura possam afetar a capacidade dessas comunidades de se adaptarem, as redes sociais e culturais apresentam oportunidades para construir a capacidade da Comunidade e aumentar a resiliência. Muitos povos indígenas estão tomando medidas para se adaptar aos impactos das mudanças climáticas estruturados em torno da autodeterminação e do conhecimento tradicional, e algumas tribos estão buscando ações de mitigação através do desenvolvimento de energias renováveis em terras tribais.




8. Ecosystems and Ecosystem Services (Ecossistemas e Serviços de Ecossistema)


Ecosystems and the benefits they provide to society are being altered by climate change, and these impacts are projected to continue. Without substantial and sustained reductions in global greenhouse gas emissions, transformative impacts on some ecosystems will occur; some coral reef and sea ice ecosystems are already experiencing such transformational changes. 

Tradução Livre:

Os ecossistemas e os benefícios que prestam à sociedade estão sendo alterados pela mudança climática, e estes impactos são projetados para continuar. Sem reduções substanciais e sustentadas nas emissões globais de gases com efeito estufa, ocorrerão impactos transformadores em alguns ecossistemas; alguns recifes de corais e ecossistemas de gelo do mar estão enfrentando mudanças transformacionais.


Many benefits provided by ecosystems and the environment, such as clean air and water, protection from coastal flooding, wood and fiber, crop pollination, hunting and fishing, tourism, cultural identities, and more will continue to be degraded by the impacts of climate change. Increasing wildfire frequency, changes in insect and disease outbreaks, and other stressors are expected to decrease the ability of U.S. forests to support economic activity, recreation, and subsistence activities. Climate change has already had observable impacts on biodiversity, ecosystems, and the benefits they provide to society. These impacts include the migration of native species to new areas and the spread of invasive species. Such changes are projected to continue, and without substantial and sustained reductions in global greenhouse gas emissions, extinctions and transformative impacts on some ecosystems cannot be avoided in the long term. Valued aspects of regional heritage and quality of life tied to ecosystems, wildlife, and outdoor recreation will change with the climate, and as a result, future generations can expect to experience and interact with the natural environment in ways that are different from today. Adaptation strategies, including prescribed burning to reduce fuel for wildfire, creation of safe havens for important species, and control of invasive species, are being implemented to address emerging impacts of climate change. While some targeted response actions are underway, many impacts, including losses of unique coral reef and sea ice ecosystems, can only be avoided by significantly reducing global emissions of carbon dioxide and other greenhouse gases.


Tradução Livre:


Muitos benefícios proporcionados pelos ecossistemas e pelo ambiente, como ar e água limpos, proteção contra inundações costeiras, madeira e fibra, polinização de culturas, caça e pesca, turismo, identidades culturais, e mais continuarão a ser degradados pelos impactos da alterações climáticas. Aumentar a frequência de incêndios, mudanças nos surtos de insetos e doenças, e outros estressores são esperados para diminuir a capacidade de florestas americanas para apoiar atividades econômicas, recreação e subsistência. As alterações climáticas tiveram impactos observáveis sobre a biodiversidade, os ecossistemas e os benefícios que proporcionam à sociedade. Esses impactos incluem a migração de espécies nativas para novas áreas e a disseminação de espécies invasoras. Essas mudanças são projetadas para continuar, e sem reduções substanciais e sustentadas nas emissões globais de gases com efeito estufa, as extinções e os impactos transformativos em alguns ecossistemas não podem ser evitados a longo prazo. Aspectos valiosos do patrimônio regional e qualidade de vida vinculados aos ecossistemas, vida selvagem e recreação ao ar livre vai mudar com o clima, e como resultado, as gerações futuras podem esperar para experimentar e interagir com o ambiente natural de formas que são diferentes de hoje. Estratégias de adaptação, incluindo a queima prescrita para reduzir o combustível para incêndios, a criação de refúgios seguros para espécies importantes, e o controle de espécies invasoras, estão sendo implementadas para abordar os impactos emergentes das mudanças climáticas. Enquanto algumas ações de resposta direcionada estão em andamento, muitos impactos, incluindo perdas de recifes de corais únicos e ecossistemas de gelo marinho, podem ser evitados reduzindo significativamente as emissões globais de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa.


9. Agriculture (Agricultura)


Rising temperatures, extreme heat, drought, wildfire on rangelands, and heavy downpours are expected to increasingly disrupt agricultural productivity in the United States. Expected increases in challenges to livestock health, declines in crop yields and quality, and changes in extreme events in the United States and abroad threaten rural livelihoods, sustainable food security, and price stability. 

Tradução Livre:

As temperaturas crescentes, o calor extremo, a seca, o incêndio em pastagens, e as chuvas pesadas são esperados para perturbar cada vez mais a produtividade agrícola nos Estados Unidos. Os aumentos esperados nos desafios para a saúde animal, quedas na produção e na qualidade das colheitas, e as mudanças em eventos extremos nos Estados Unidos e no exterior ameaçam meios de subsistência rurais, segurança alimentar sustentável e estabilidade de preço.


Climate change presents numerous challenges to sustaining and enhancing crop productivity, livestock health, and the economic vitality of rural communities. While some regions (such as the Northern Great Plains) may see conditions conducive to expanded or alternative crop productivity over the next few decades, overall, yields from major U.S. crops are expected to decline as a consequence of increases in temperatures and possibly changes in water availability, soil erosion, and disease and pest outbreaks. Increases in temperatures during the growing season in the Midwest are projected to be the largest contributing factor to declines in the productivity of U.S. agriculture. Projected increases in extreme heat conditions are expected to lead to further heat stress for livestock, which can result in large economic losses for producers. Climate change is also expected to lead to large-scale shifts in the availability and prices of many agricultural products across the world, with corresponding impacts on U.S. agricultural producers and the U.S. economy. These changes threaten future gains in commodity crop production and put rural livelihoods at risk. Numerous adaptation strategies are available to cope with adverse impacts of climate variability and change on agricultural production. These include altering what is produced, modifying the inputs used for production, adopting new technologies, and adjusting management strategies. However, these strategies have limits under severe climate change impacts and would require sufficient long- and short-term investment in changing practices.


Tradução Livre:


As alterações climáticas apresentam inúmeros desafios para sustentar e melhorar a produtividade das culturas, a saúde animal e a vitalidade econômica das comunidades rurais. Enquanto algumas regiões (como as grandes planícies do Norte) podem ver as condições conducentes à produtividade de culturas expandidas ou alternativas ao longo das próximas décadas, em geral, os rendimentos das principais culturas americanas deverão declinar em consequência do aumento das temperaturas e possivelmente alterações na disponibilidade de água, erosão do solo e surtos de doenças e pragas. Os aumentos nas temperaturas durante a estação de crescimento no Midwest são projetados ser o fator de maior contribuição para o declínio na produtividade da agricultura dos Estados Unidos. Os aumentos projetados em condições extremas do calor são esperados conduzir a um stress térmico mais adicional para o gado, que pode conduzir a perdas econômicas grandes para produtores. A mudança climática também é esperada para levar a mudanças em grande escala na disponibilidade e preços de muitos produtos agrícolas em todo o mundo, com impactos correspondentes sobre os produtores agrícolas dos EUA e da economia americana. Essas mudanças ameaçam ganhos futuros na produção de commodities e colocam os meios de subsistência rurais em risco. Inúmeras estratégias de adaptação estão disponíveis para lidar com os impactos adversos da variabilidade climática e mudança na produção agrícola. Isso inclui alterar o que é produzido, modificando as entradas usadas para a produção, adotando novas tecnologias e ajustando estratégias de gerenciamento. No entanto, essas estratégias têm limites devido aos impactos severos das alterações climáticas e exigiriam investimentos consideráveis de longo e curto prazo na mudança de práticas.




10. Infrastructure (Infraestrutura)



Our Nation’s aging and deteriorating infrastructure is further stressed by increases in heavy precipitation events, coastal flooding, heat, wildfires, and other extreme events, as well as changes to average precipitation and temperature. Without adaptation, climate change will continue to degrade infrastructure performance over the rest of the century, with the potential for cascading impacts that threaten our economy, national security, essential services, and health and well-being.


Tradução Livre:

O envelhecimento e a deterioração da infra-estrutura da nossa nação é ainda mais estressada por aumentos nos eventos de precipitação pesada, inundações costeiras, calor, incêndios florestais e outros eventos extremos, bem como mudanças na precipitação média e temperatura. Sem a adaptação, as alterações climáticas continuarão a degradar o desempenho das infra-estruturas durante o resto do século, com o potencial de impactos em cascata que ameaçam a nossa economia, a segurança nacional, os serviços essenciais, a saúde e o bem-estar.


Climate change and extreme weather events are expected to increasingly disrupt our Nation’s energy and transportation systems, threatening more frequent and longer-lasting power outages, fuel shortages, and service disruptions, with cascading impacts on other critical sectors. Infrastructure currently designed for historical climate conditions is more vulnerable to future weather extremes and climate change. The continued increase in the frequency and extent of high-tide flooding due to sea level rise threatens America’s trillion-dollar coastal property market and public infrastructure, with cascading impacts to the larger economy. In Alaska, rising temperatures and erosion are causing damage to buildings and coastal infrastructure that will be costly to repair or replace, particularly in rural areas; these impacts are expected to grow without adaptation. Expected increases in the severity and frequency of heavy precipitation events will affect inland infrastructure in every region, including access to roads, the viability of bridges, and the safety of pipelines. Flooding from heavy rainfall, storm surge, and rising high tides is expected to compound existing issues with aging infrastructure in the Northeast. Increased drought risk will threaten oil and gas drilling and refining, as well as electricity generation from power plants that rely on surface water for cooling. Forward-looking infrastructure design, planning, and operational measures and standards can reduce exposure and vulnerability to the impacts of climate change and reduce energy use while providing additional near-term benefits, including reductions in greenhouse gas emissions.


Tradução Livre:


Espera-se que as alterações climáticas e os eventos climáticos extremos irão perturbar cada vez mais os sistemas de energia e transporte da nossa nação, ameaçando interrupções de energia mais frequentes e duradouras, escassez de combustível e interrupções de serviço, com impactos em cascata em outros sectores críticos. As infra-estruturas atualmente concebidas para as condições climáticas históricas são mais vulneráveis aos extremos climáticos futuros e às alterações climáticas. O aumento continuado na frequência e na extensão das inundações pela maré, devido à ascensão nível do mar, ameaça o mercado de propriedade litoral da América de trilhões de dólares e a infra-estrutura pública, com os impactos em cascata à economia maior. No Alasca, as crescentes temperaturas e erosão estão causando danos aos edifícios e infraestrutura costeira que serão dispendiosos para reparar ou substituir, especialmente em áreas rurais. Espera-se que estes impactos cresçam sem adaptação. Os aumentos esperados na severidade e na frequência de eventos pesados da precipitação afetarão a infra-estruturaInland” em cada região, incluindo o acesso às estradas, a viabilidade das pontes, e a segurança dos encanamentos. Inundações de chuvas pesadas, surtos de tempestades, e altas marés crescentes são esperados para agravarem os problemas existentes com o envelhecimento da infra-estrutura no nordeste. O risco aumentado da seca ameaçará a perfuração e o refino do óleo e do gás, assim como a geração da eletricidade das centrais eléctricas que dependem da água de superfície para refrigerar. O design, o planeamento e as medidas operacionais e as normas de infra-estrutura prospectivas podem reduzir a exposição e a vulnerabilidade aos impactos das alterações climáticas e reduzir o consumo de energia, proporcionando benefícios adicionais a curto prazo, incluindo reduções nos emissões de gases com efeito estufa.




11. Oceans & Coasts (Oceanos e Ambientes Costeiros)



Coastal communities and the ecosystems that support them are increasingly threatened by the impacts of climate change. Without significant reductions in global greenhouse gas emissions and regional adaptation measures, many coastal regions will be transformed by the latter part of this century, with impacts affecting other regions and sectors. Even in a future with lower greenhouse gas emissions, many communities are expected to suffer financial impacts as chronic high-tide flooding leads to higher costs and lower property values. 

Tradução Livre:

As comunidades costeiras e os ecossistemas que os apoiam estão cada vez mais ameaçados pelos impactos das alterações climáticas. Sem reduções significativas nas emissões globais de gases com efeito estufa e medidas de adaptação regional, muitas regiões costeiras serão transformadas até a parte final deste século, com impactos que afetam outras regiões e setores. Mesmo em um futuro com menores emissões de gases de efeito estufa, muitas comunidades devem sofrer impactos financeiros como inundações crônicas de maré alta, levando a custos de manutenção mais elevados e valores de propriedade mais baixos.


Rising water temperatures, ocean acidification, retreating arctic sea ice, sea level rise, high-tide flooding, coastal erosion, higher storm surge, and heavier precipitation events threaten our oceans and coasts. These effects are projected to continue, putting ocean and marine species at risk, decreasing the productivity of certain fisheries, and threatening communities that rely on marine ecosystems for livelihoods and recreation, with particular impacts on fishing communities in Hawai‘i and the U.S.-Affiliated Pacific Islands, the U.S. Caribbean, and the Gulf of Mexico. Lasting damage to coastal property and infrastructure driven by sea level rise and storm surge is expected to lead to financial losses for individuals, businesses, and communities, with the Atlantic and Gulf Coasts facing above-average risks. Impacts on coastal energy and transportation infrastructure driven by sea level rise and storm surge have the potential for cascading costs and disruptions across the country. Even if significant emissions reductions occur, many of the effects from sea level rise over this centuryand particularly through mid-centuryare already locked in due to historical emissions, and many communities are already dealing with the consequences. Actions to plan for and adapt to more frequent, widespread, and severe coastal flooding, such as shoreline protection and conservation of coastal ecosystems, would decrease direct losses and cascading impacts on other sectors and parts of the country. More than half of the damages to coastal property are estimated to be avoidable through well-timed adaptation measures. Substantial and sustained reductions in global greenhouse gas emissions would also significantly reduce projected risks to fisheries and communities that rely on them.


Tradução Livre:


Temperaturas crescentes da água, acidificação do oceano, recuo do gelo do mar Ártico, aumento do nível do mar, inundação de maré alta, erosão costeira, aumento de tempestades, e eventos mais pesados de precipitação ameaçam nossos oceanos e costas. Estes efeitos são projetados para continuar, colocando as espécies oceânicas e marinhas em risco, diminuindo a produtividade de certas pescarias, e ameaçando comunidades que dependem de ecossistemas marinhos para a subsistência e recreação, com impactos especiais sobre a pesca em comunidades do Hawai e das ilhas do Pacífico filiadas aos EUA, o Caribe dos EUA e o Golfo do México. O dano duradouro à propriedade costeira e à infraestrutura impulsionada pelo aumento do nível do mar e pelo surto de tempestades deverá levar a prejuízos financeiros para indivíduos, empresas e comunidades, com as costas do Atlântico e do Golfo enfrentando riscos acima da média. Impactos sobre a energia costeira e infra-estrutura de transporte, impulsionado pelo aumento do nível do mar e surto de tempestades, têm o potencial de custos em cascata e rupturas em todo o país. Mesmo se ocorrerem reduções significativas de emissões, muitos dos efeitos do aumento do nível do mar neste século e, particularmente, através de meados do século, estão bloqueados devido às emissões históricas, e muitas comunidades estão lidando com as conseqüências. Ações para planejar e adaptar-se a inundações costeiras mais freqüentes, generalizadas e severas, como a proteção da linha costeira e a conservação dos ecossistemas costeiros, diminuiriam as perdas diretas e os impactos em cascata em outros setores e partes do país. Estima-se que mais de metade dos danos causados à propriedade costeira sejam evitáveis através de medidas de adaptação bem cronometradas. Reduções substanciais e sustentadas das emissões globais de gases com efeito estufa reduziriam significativamente os riscos projectados para as pescas e as comunidades que dependem delas.


12. Tourism and Recreation (Turismo e Recreação)



Outdoor recreation, tourist economies, and quality of life are reliant on benefits provided by our natural environment that will be degraded by the impacts of climate change in many ways. 

Tradução Livre:

Recreação ao ar livre, economias turísticas e qualidade de vida são dependentes dos benefícios proporcionados pelo nosso ambiente natural que será degradado pelos impactos da mudança climática de muitas maneiras.


Climate change poses risks to seasonal and outdoor economies in communities across the United States, including impacts on economies centered around coral reef-based recreation, winter recreation, and inland water-based recreation. In turn, this affects the well-being of the people who make their living supporting these economies, including rural, coastal, and Indigenous communities. Projected increases in wildfire smoke events are expected to impair outdoor recreational activities and visibility in wilderness areas. Declines in snow and ice cover caused by warmer winter temperatures are expected to negatively impact the winter recreation industry in the Northwest, Northern Great Plains, and the Northeast. Some fish, birds, and mammals are expected to shift where they live as a result of climate change, with implications for hunting, fishing, and other wildlife-related activities. These and other climate-related impacts are expected to result in decreased tourism revenue in some places and, for some communities, loss of identity. While some new opportunities may emerge from these ecosystem changes, cultural identities and economic and recreational opportunities based around historical use of and interaction with species or natural resources in many areas are at risk. Proactive management strategies, such as the use of projected stream temperatures to set priorities for fish conservation, can help reduce disruptions to tourist economies and recreation.


Tradução Livre:


As alterações climáticas representam riscos para as economias sazonais e ao ar livre nas comunidades de todos os Estados Unidos, incluindo impactos nas economias centradas em torno da recreação baseada em recifes de corais, recreação de inverno e recreação terrestre à base de água. Por sua vez, isso afeta o bem-estar das pessoas que fazem sua vida apoiando nessas economias, incluindo comunidades rurais, costeiras e indígenas. Os aumentos projetados em eventos de fumaça de incêndio são esperados para prejudicar as atividades recreativas ao ar livre e visibilidade em áreas selvagens. As quedas na neve e na cobertura do gelo causadas por umas temperaturas mais quentes do inverno são esperadas impactar negativamente a indústria da recreação do inverno no noroeste, grandes planícies do Norte, e o nordeste. Alguns peixes, aves e mamíferos devem deslocar-se de onde vivem atualmente como resultado das alterações climáticas, com implicações para a caça, pesca e outras atividades relacionadas com a vida selvagem. Espera-se que estes e outros impactos relacionados com o clima resultem na diminuição da receita turística em alguns locais e, para algumas comunidades, perda de identidade. Embora algumas novas oportunidades possam surgir a partir dessas mudanças nos ecossistemas, as identidades culturais e as oportunidades econômicas e recreativas baseadas em torno do uso histórico e da interação com espécies ou recursos naturais em muitas áreas estão em risco. Estratégias de gestão pró-ativa, como o uso de temperaturas de fluxo projetadas para definir prioridades para a conservação de peixes, podem ajudar a reduzir as rupturas para as economias turísticas e de recreação.



(*) Tradução feita  por João de Deus Souto Filho
(**) Para o Blog “Pedagogia da Água” (04 de dezembro de 2018).