Osmose reversa - uma alternativa para matar a sede
Tirar o sal da água. Retirar água
potável das águas salgadas. Essa é uma opção factível, se considerarmos as
tecnologias disponíveis para esse fim. Acontece que tais tecnologias ainda são
relativamente muito caras, para a produção de água potável em larga escala.
Nos tempos atuais, a tecnologia
mais utilizada e mais comercializada é a “Osmose Reversa”. O processo é
relativamente simples: basta passar a água salgada através de uma membrana de
filtração que teremos, de um lado água salinizada e do outro água doce. Por que
o nome é “Osmose Reversa”? Porque a “Osmose” é um fenômeno natural que ocorre,
por exemplo, no interior do nosso corpo, onde as moléculas de água se deslocam
de uma solução menos salina para uma solução mais salina, passando por uma
membrana filtradora. O efeito da osmose tem numerosas aplicações e é um uma das
causas dos processos de intercâmbio na nutrição das células animais e vegetais.
Portanto, o nome “Osmose Reversa” representa o deslocamento das moléculas de
água no sentido contrário, da solução mais salina para a solução menos salina.
Esse deslocamento forçado das moléculas de água através da membrana filtradora
ocorre quando nós aumentamos a pressão no compartimento que contém a água
salgada e que esteja separado de outro compartimento através de uma membrana
permeável.
Essa tecnologia da “Osmose
Reversa” é utilizada, por exemplo, nos modernos transatlânticos, para a
produção de água doce a partir da água do mar. Em muitas ilhas onde existe
falta de água doce, as comunidades são abastecidas com água potável produzida a
partir da água do mar. Existem usinas operantes no Golfo Pérsico, Espanha,
Malta, Austrália e Caribe convertendo 4,8 bilhões de metros cúbicos de água do
mar em água doce. No interior do Rio Grande do Norte, onde tem muita carência
de água, existem estações dessalinizadoras que produzem água doce para pequenas
comunidades a partir de águas salinizadas retiradas do subsolo.
Mas nem tudo são flores. Além de
ser ainda uma tecnologia cara, a “Osmose Reversa” gera uma salmora super
concentrada de sais que precisa ser descartada ao final do processo. Isso
porque as “células dessalinizadoras” só conseguem transformar em água doce, em
média, cinqüenta por cento da água tratada. Ou seja, de cada cem litros de água
salgada apenas cinqüenta litros correspondem à água doce produzida por uma “célula
dessalinizadora”. No caso dos navios transatlânticos, esse resíduo é descartado
no próprio mar. No caso das estações de tratamento terrestres, a disposição
adequada desse resíduo traz sempre preocupações ambientais.
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