terça-feira, 27 de maio de 2014

Desperdício em meio à crise

As autoridades já reconhecem que o sistema de abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo encontra-se à beira do colapso. O uso do “volume morto” do Sistema Cantareira, que parece estar solucionando a crise, só revela a fragilidade dos recursos disponíveis. Enquanto a crise avança vêm à tona problemas de descuido com o uso da água.

Recentemente foi noticiado na mídia paulistana que muitos moradores ainda são encontrados lavando seus carros com mangueiras abertas continuamente e que são freqüentes os casos de pessoas lavando as calçadas das casas com a famigerada “vassoura d’água”. Tais comportamentos revelam que a cultura do desperdício está no sangue de muitos cidadãos e que o conceito de preservação dos recursos hídricos ainda não foi assimilado.

Outro dado assustador diz respeito ao desperdício de água tratada relacionado com vazamentos na rede de distribuição. Para se ter uma idéia da magnitude desse desperdício, basta citar que “toda a água que foi desperdiçada ao longo de 2013 com vazamentos no Estado de São Paulo daria para abastecer a capital paulista durante quase quatro meses”. Essa constatação foi feita pela reportagem do UOL, analisando os dados reportados pela SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) que disponibilizou  mais de 3 bilhões de m³ de água para o abastecimento do estado.

Segundo a Sabesp, essa água foi perdida por causa de vazamentos entre as estações de tratamento e as residências dos consumidores. Em nota A Sabesp justificou que "esses vazamentos ocorrem, principalmente, devido ao envelhecimento das tubulações e às elevadas pressões".  A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo implementou, em 2009, o “Programa Corporativo de Redução de Perdas de Água”, que prevê a aplicação de R$ 5,9 bilhões até 2020, a fim de atingir, no final da década, níveis de perdas dos melhores sistemas mundiais, em torno de 16,6%.

Que a crise da água possa nos ensinar a reduzir o desperdício, independente da classe social ou do grau de escolaridade de cada cidadão.

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