domingo, 2 de fevereiro de 2014

Crise nas metrópoles brasileiras: a grande seca

As empresas distribuidoras de água do Sudeste e Centro-Oeste estão em estado de alerta. É que os reservatórios estão com 40% da capacidade de armazenamento. Essa redução do nível de água também já está afetando a produção de energia elétrica em algumas hidrelétricas.

No Sistema Cantareira, que abastece São Paulo e parte da região metropolitana, a situação é mais crítica ainda, pois  se encontra com apenas 22% da sua capacidade de armazenamento. O abastecimento de água da Grande São Paulo já está comprometido.

Aliado a essa falta de água, as cidades brasileiras registraram no mês de Janeiro de 2014 recordes de calor. Como o calor leva ao incremento no consumo de água e de energia elétrica (aumento do uso dos sistemas de refrigeração), a crise se agrava mais ainda.

Como é importante aprendermos com as crises, vale refletirmos sobre duas questões básicas, que têm ligação íntima com o tema, quais sejam: as mudanças climáticas no planeta e o desperdício.

Quanto às mudanças climáticas, cujos sinais temos recebidos ano a ano, devemos estar atentos para as iniciativas do estado voltadas para a ampliação das reservas de água visando o abastecimento dos centros urbanos, particularmente das grandes metrópoles. Os órgãos gestores dos estados devem ser cobrados quanto à implementação de projetos de ampliação das reservas de água. Novos sistemas de captação, armazenamento e transporte de água devem ser instalados. Cabe a ressalva de que os atuais sistemas em funcionamento foram pensados dentro de um cenário climático que está sendo alterado, pois as chuvas não estão mais dando conta de repor, no volume adequado, a água consumida pela população e pelas indústrias.

Quanto ao desperdício, necessitamos de uma mudança de comportamento em escala global. O brasileiro precisa tomar consciência de que o desperdício de água não é um bom negócio. Não é um bom negócio para o cidadão, não é um bom negócio para os empresários, não é um bom negócio para ninguém.
 
E como o desperdício envolve mudanças de hábitos, esse é um processo lento, que passa pela formação de uma consciência de valorização da água. O contumaz gastador de água não se transforma em um usuário consciente de água da noite para o dia. Daí a necessidade do envolvimento de todos os segmentos da sociedade em um trabalho educativo visando o uso racional e equilibrado da água. E esse movimento deve ser iniciado dentro de cada lar brasileiro, com os pais atuando como agentes formadores de opinião para uma juventude que está acostumada com água em abundância. E ele deve ser estendido para as escolas e locais de trabalho.
Esse é o caminho, caso contrário, estaremos caminhando para transformar as cidades em desertos de cimento.

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