Crise nas metrópoles brasileiras: a grande seca
As empresas distribuidoras de
água do Sudeste e Centro-Oeste estão em estado de alerta. É que os
reservatórios estão com 40% da capacidade de armazenamento. Essa redução do
nível de água também já está afetando a produção de energia elétrica em algumas
hidrelétricas.
No Sistema Cantareira, que abastece São Paulo
e parte da região metropolitana, a situação é mais crítica ainda, pois se encontra com apenas 22% da sua capacidade
de armazenamento. O abastecimento de água da Grande São Paulo já está
comprometido.
Aliado a essa falta de água, as
cidades brasileiras registraram no mês de Janeiro de 2014 recordes de calor.
Como o calor leva ao incremento no consumo de água e de energia elétrica
(aumento do uso dos sistemas de refrigeração), a crise se agrava mais ainda.
Como é importante aprendermos com
as crises, vale refletirmos sobre duas questões básicas, que têm ligação íntima
com o tema, quais sejam: as mudanças climáticas no planeta e o desperdício.
Quanto às mudanças climáticas,
cujos sinais temos recebidos ano a ano, devemos estar atentos para as
iniciativas do estado voltadas para a ampliação das reservas de água visando o
abastecimento dos centros urbanos, particularmente das grandes metrópoles. Os
órgãos gestores dos estados devem ser cobrados quanto à implementação de projetos
de ampliação das reservas de água. Novos sistemas de captação, armazenamento e
transporte de água devem ser instalados. Cabe a ressalva de que os atuais
sistemas em funcionamento foram pensados dentro de um cenário climático que
está sendo alterado, pois as chuvas não estão mais dando conta de repor, no
volume adequado, a água consumida pela população e pelas indústrias.
Quanto ao desperdício,
necessitamos de uma mudança de comportamento em escala global. O brasileiro
precisa tomar consciência de que o desperdício de água não é um bom negócio.
Não é um bom negócio para o cidadão, não é um bom negócio para os empresários,
não é um bom negócio para ninguém.
E como o desperdício envolve mudanças de
hábitos, esse é um processo lento, que passa pela formação de uma consciência
de valorização da água. O contumaz gastador de água não se transforma em um
usuário consciente de água da noite para o dia. Daí a necessidade do
envolvimento de todos os segmentos da sociedade em um trabalho educativo
visando o uso racional e equilibrado da água. E esse movimento deve ser
iniciado dentro de cada lar brasileiro, com os pais atuando como agentes
formadores de opinião para uma juventude que está acostumada com água em
abundância. E ele deve ser estendido para as escolas e locais de trabalho.
Esse
é o caminho, caso contrário, estaremos caminhando para transformar as cidades
em desertos de cimento.
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