sábado, 9 de janeiro de 2016

Águas de 2015 e perspectivas para 2016

O ano de 2015 nos revelou questões muito importantes envolvendo o cuidado que devemos ter com os recursos hídricos.

O ano de 2015 também nos mostrou que a mudança climática pela qual passa o planeta deve ser tratada com seriedade e urgência necessária. Os seus reflexos já estão sendo sentidos na cidade e no campo.

A questão hídrica nos centros urbanos, principalmente nas grandes metrópoles brasileiras, trouxe muito desconforto para milhões de lares. A mídia televisiva, por exemplo, mostrou ao longo do ano de 2015 a crise hídrica vivenciada por um contingente significativo de pessoas que habitam a região metropolitana de São Paulo. Da mesma forma, foram divulgadas deficiências de disponibilização de água potável no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, no Recife, em Fortaleza, e em tantas outras cidades brasileiras. Portanto, a questão hídrica nos centros urbanos brasileiros é um problema conhecido e que necessita de ações estruturantes com visão de longo prazo.

Mas o fato mais marcante e de maior repercussão foi o desastre de Mariana, que além de implicar em prejuízos materiais incalculáveis, provocou um impacto ambiental de dimensões assustadoras. Fora o impacto econômico, de fácil percepção, o rompimento das barragens da empresa Samarco comprometeu todo o ecossistema da Bacia Hidrográfica do Rio Doce. Aliado a isso, ainda existe o risco de impactar significativamente o ecossistema costeiro do estado do Espírito Santo. No momento em que escrevo este artigo, equipes do IBAMA estão coletando amostras de lama que já alcançaram o arquipélago de Abrolhos, no Sul da Bahia, que nada mais é do que o mais importante ecossistema marinho da costa brasileira.

Voltando à questão das mudanças climáticas, foi divulgado pelo Governo federal o relatório "Brasil 2040: cenários e alternativas de adaptação à mudança do clima", que aponta uma série de ameaças tanto para regiões urbanas, quanto para áreas industriais e agrícolas. Tratam-se de cenários com grande probabilidade de ocorrerem, função das mudanças climáticas que já estão sendo observadas, que exigirão a implementação de obras estruturantes de grande porte para garantir a segurança hídrica dos cidadãos, da indústria e do agronegócio.

Que em 2016 possamos ver aprofundadas as discussões sobre este tema e que também já sejam iniciadas ações visando o planejamento adequado das soluções estruturantes que garantam segurança hídrica para todos os segmentos sociais e econômicos do nosso país.

Que também em 2016 o poder público possa trabalhar efetivamente no sentido de solucionar os déficits hídricos das Regiões Metropolitanas que vivenciam a dura realidade da falta de água.

E que possamos, todos nós, nas nossas diferentes áreas de atuações, contribuir com a Pedagogia da Água, tão necessária nesse país de dimensões continentais, visando a preservação dos nossos recursos hídricos.

2 Comentários:

Às 10 de janeiro de 2016 às 16:30 , Blogger omyasuda disse...

Meu caro Souto, um grande 2016 para vc e toda a tripulação.

Boas ideias não faltam:
http://www.ted.com/talks/david_sedlak_4_ways_we_can_avoid_a_catastrophic_drought

Que a luz ilumine o nosso caminho!
Que a força esteja conosco para enfrentar os desafios à frente.
yasuda

 
Às 28 de janeiro de 2016 às 22:27 , Blogger João de Deus Souto Filho disse...

Forte abraço, amigo Yasuda. Que 2016 seja um ano de luz para você e seus familiares.

 

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