Água: o quanto estamos despreparados para a mudança climática?
Todos os centros de pesquisa que
trabalham com meteorologia reconhecem que o planeta está passando por um
momento de mudança climática. Os registros históricos e paleontológicos
demonstram que a cada grande mudança climática se verifica uma redistribuição
da “água doce” na superfície do planeta. Isso significa dizer que regiões
outrora úmidas podem passar a apresentar um clima seco e vice-versa.
Se essa mudança de clima já é
reconhecida, como estamos nos preparando para ela? Que ações estão sendo
tomadas nas diferentes esferas (municipal, estadual e federal) para
enfrentarmos esse problema?
Como está sendo trabalhada a
questão da “Segurança Hídrica” nas grandes metrópoles brasileiras? Quem está
tratando da garantia de disponibilidade de água nos grandes centros industriais
e agrícolas do país?
Os problemas enfrentados, por
exemplo, pela região metropolitana de São Paulo representam o sinal mais claro
de que medidas estruturantes precisam ser tomadas, com visão de longo prazo,
para garantir a disponibilidade de água não apenas para a população, mas também
para manterem o comércio e a indústria ativos.
No Nordeste brasileiro, por sua
vez, se verifica a ampliação da área de desertificação, agravando um problema
de falta d’água que é secular. Mesmo na faixa costeira da Região Nordeste,
historicamente mais úmida, já existe problema de “estresse hídrico”,
particularmente nas regiões metropolitanas (Fortaleza, Recife, Natal e
Salvador). O baixo nível das águas na Barragem de Sobradinho é outro exemplo
contundente da mudança climática que já acontece.
Considerando que a tendência
dessa mudança climática é conhecida, é possível definir estratégias e
implementar ações que permitam manter o equilíbrio no abastecimento de água
para os Sistemas Urbanos e as Regiões Agrícolas e Industriais. Cabendo a
ressalva de que, por envolverem obras de grande porte, esses programas
estruturantes devem ser pensados com a antecedência adequada, para permitir que
a implementação das ações sejam efetivadas no tempo adequado.
Até onde sabemos, não existe
nenhuma ação estruturada, de caráter multidisciplinar, com foco na adequação
dos recursos hídricos das regiões produtivas e mais habitadas do país, tomando
por base a questão da mudança climática que estamos vivenciando. O que temos
visto são ações corretivas ou emergenciais, que visam “apagar incêndios” pela
nossa falta de planejamento.
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