domingo, 4 de outubro de 2015

Água mineral: cuidado com as escolhas


Toda água mineral comercializada e produzida no Brasil deve conter no seu rótulo a composição dos seus macro-elementos e também o seu pH (potencial hidrogeniônico), além da especificação da fonte onde essa água é captada.

No meu convívio diário, seja em casa ou no trabalho, observo que a maioria das pessoas não prestam atenção na composição ou no pH da água mineral que consomem.

A qualidade da água é determinada pela quantidade e pela qualidade dos minerais que ela contém. Essa quantidade e qualidade dos sais minerais dissolvidos na água vai depender do tipo de terreno e do “tempo de residência” das águas nos aquíferos onde as mesmas ficam naturalmente armazenadas.

Para a nutricionista e professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Gilberti Hubscher, é recomendável que se considere os seguintes aspectos, quando da escolha de uma água mineral: “o sódio deve ser o primeiro fator a ser analisado, mas o ideal é buscar um equilíbrio entre um bom pH, uma quantidade pequena de sódio e bons níveis de outros minerais importantes para a saúde, como o potássio e o magnésio.”

Os médicos e nutricionistas alertam que “o excesso de sódio na alimentação causa retenção de líquidos, o que leva ao aumento da pressão arterial”. Essa recomendação é dirigida principalmente para “as pessoas que sofrem com hipertensão, problemas cardiovasculares e renais, que são potencializados com o alto consumo desse elemento”.

Porém, a qualidade da água não depende apenas da quantidade de sódio que ela contém. Outro fator importante que deve ser considerado é o “índice de pH”, tecnicamente conhecido como "potencial hidrogeniônico". Esse índice mede o grau de acidez da água. A American Public Health Association recomenda que a água utilizada para consumo humano tenha um pH que varie de 7 a 10. Isso significa dizer que devemos consumir preferencialmente águas neutras ou alcalinas.

Interessante artigo publicado pelo jornal Zero Hora Digital, em 15/08/2014, apresenta o resultado de uma análise comparativa de dez marcas de água mineral comercializadas no Brasil. Cabe observar como é grande a variação composicional dessas águas e também como varia o potencial hidrogeniônico (pH). Em termos de concentração de sódio “se verifica uma variação de 3,086mg/l até 103,86mg/l, o que representa uma diferença de mais de 3.000%. Quanto ao pH a variação também é grande: de 5,45 (água ácida) até 9,58 (água alcalina).”

Segue abaixo a transcrição das informações contidas nos rótulos das águas minerais analisadas, segundo o artigo referenciado.

PUREZA VITAL (mg/l)
Sódio — 3,086
Bicabornato — 137,14
Cálcio — 24,20
Magnésio — 14,22
Cloreto — 9,84
Potássio — 3,08
Nitrato — 2,44
Sulfato — 1,14
Fluoreto — 0,09
pH — 7,44

VERSANT (mg/l)
Sódio — 14,59
Bicabornato — 46,23
Cálcio — 3,03
Magnésio — 2,20
Cloreto — 4,70
Potássio — 1,09
Fluoreto — 0,97
Lítio — 0,011
Vanádio — 0,02
pH — 6,66

FLORESTA (mg/l)
Sódio — 16
Cálcio — 41,06
Magnésio — 1,21
Potássio — 4,00
Sulfato — 7,20
Bicarbonato — 155,73
Fluoreto — 0,12
Nitrato — 5,80
Cloreto — 5,16
pH — 7,0

ÁGUA DA PEDRA (mg/l)
Sódio — 23,02
Cálcio — 25,18
Potássio — 1,09
Fluoreto — 0,11
Bicarbonato — 122,83
Silício — 30,17
Magnésio — 4,44
Cloreto — 8,47
Zinco — 0,02
pH — 7,2

SÃO LOURENÇO (mg/l)
Sódio — 30,17
Bicarbonato — 258,88
Potássio — 30,52
Cálcio — 26,49
Magnésio — 11,21
Sulfato — 2,42
Cloreto — 1,38
Nitrato — 0,91
Bário — 0,35
Fluoreto — 0,11
pH — 5,45

PERRIER (mg/l)
Sódio — 9,5
Bicarbonato — 430
Cálcio — 160
Cloro — 22 / ou cloreto
Potássio — 1
Magnésio — 4,2
Nitrato — 7,8
Sulfato — 33
pH — 5,5

SARANDI (mg/l)
Sódio — 71,00
Bário — 0,01
Cálcio — 2,00
Potássio — 6,00
Carbonato — 21,54
Bicarbonato — 89,01
Fluoreto — 1,19
Cloreto — 0,83
Sulfato — 51,86
pH — 9,35

CRYSTAL (mg/l)
Sódio — 103,60
Bicarbonato — 71,56
Cálcio — 0,308
Cloreto — 1,47
Fluoreto — 1,06
Magnésio — 0,043
Potássio — 0,213
Sódio — 103,60
Vanádio — 0,103
pH — 9,58

PURIS (mg/l)
Sódio — 3,993
Bário — 0,012
Cálcio — 25,140
Magnésio — 7,053
Potássio — 2,392
Nitrito — 0,005
Nitrato — 0,090
Fluoreto — 0,070
Cloreto — 0,080
Fosfato — 0,200
Bicarbonato — 124,41
pH — 6,98

CHARRUA (mg/l)
Sódio — 20,90
Cálcio — 9,63
Magnésio — 4,65
Potássio — 3,27
Sulfato — 2,3
Bicarbonato — 37,73
Fluoreto — 0,39
Nitrato — 34,10
Cloreto — 21,86
Silício — 16,14
pH — 5,83

Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2013/12/saiba-como-escolher-a-agua-mineral-mais-saudavel-4375561.html

3 Comentários:

Às 4 de outubro de 2015 às 18:13 , Blogger Ramon disse...

Parabéns pelo artigo Sr. João. Objetivo e esclarecedor. Tenho uma dúvida que talvez o senhor possa me ajudar, existem outros minerais prejudiciais na água além do sódio? E se o senhor estivesse em um supermercado quais seriam, em ordem, as suas 3 primeiras opções? Agradecido. Abraço!

 
Às 5 de outubro de 2015 às 06:07 , Blogger João de Deus Souto Filho disse...

Ramon, procuro dar preferência para as "águas alcalinas", pois além de apresentarem um grau de acidez mais adequado para a nossa saúde, apresenta quase sempre maior concentração de Cálcio, Magnésio e Potássio, todos eles minerais alcalinos, que nosso corpo tanto precisa. A água alcalina tem propriedades digestivas, pois o seu consumo regular contribui para uma melhor digestão, precavendo-o de situações como gastoenterites, gastrites, úlceras, indigestão, hiperacidez gástrica, entre outros. E mais do que isso, o consumo de água alcalina pode prevenir o aparecimento de doenças graves como o câncer. Quanto aos minerais prejudiciais à saúde, isso vai depender da concentração de cada um deles. Por exemplo, concentrações muito elevadas de magnésio pode provocar diarreia. Concentração de Nitrato acima de 10,0 mg/l é prejudicial para a saúde.

 
Às 16 de novembro de 2018 às 01:44 , Blogger Unknown disse...

E em relação ao bicarbonato? Tem umas das marcas citadas, com alto teor. Isso é importante ou não? Gostaria muito de saber.

 

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