terça-feira, 20 de outubro de 2015

A seca na Região Metropolitana de São Paulo



Com a falta d’água na Região Metropolitana de São Paulo novos hábitos estão sendo incorporados à rotina de muitos paulistanos. Particularmente daqueles que moram na periferia, nos bairros mais pobres.


Existe um quadro de seca em muitas regiões da Grande São Paulo. Um quadro similar àquele que acontece no Nordeste do Brasil, onde com certa regularidade falta água para atender às necessidades básicas das famílias. 


No Nordeste, é muito comum a figura da “lata d’água na cabeça”, já que para muitos é o único recurso para se colocar água nas residências. Na região metropolitana de São Paulo, está virando lugar comum as pessoas lançarem mão de “latas”, “panelas” e “garrafões” para buscar água e abastecer as residências, principalmente nas áreas de periferia.


Outro hábito que está sendo incorporado entre os paulistanos, muito comum na Região Nordeste, é o recolhimento de água da chuva, nas biqueiras das casas, para atendimento das necessidades domésticas. Um exemplo disso é a declaração da aposentada Maria de Souza Rosa, moradora do Jardim Damasceno, ao dizer: "Quando eu vejo chuva, eu falo para as minhas amigas, graças a Deus vai chover para eu poder recolher bastante água".


Mesmo com a Companhia de Águas de São Paulo (SABESP) afirmando que não existe racionamento de água na Grande São Paulo, é sabido que o racionamento já é uma realidade. Como sempre, esse racionamento atinge de modo mais significativo a população menos favorecida, que vivencia a realidade do “estresse hídrico” há mais de dois anos.


Diante desse quadro de incertezas quanto às soluções para o problema de água na maior cidade brasileira, os cidadãos paulistanos devem estar preparados para o “cenário mais crítico”, onde a palavra de ordem é “desperdício zero”. 


De fato, muitos paulistanos terão de aprender mais uma vez com a cultura nordestina. Desta vez, com a cultura da seca, na qual cada gota de água vale ouro. Aí não estamos falando da cultura do conforto, mas sim da cultura da sobrevivência. Quem já vivenciou a seca do nordeste sabe muito bem quanto vale um copo d’água. Em muitas situações pode significar a diferença entre a vida e a morte.

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