A seca na Região Metropolitana de São Paulo
Com a falta d’água na Região
Metropolitana de São Paulo novos hábitos estão sendo incorporados à rotina de
muitos paulistanos. Particularmente daqueles que moram na periferia, nos
bairros mais pobres.
Existe um quadro de seca em
muitas regiões da Grande São Paulo. Um quadro similar àquele que acontece no
Nordeste do Brasil, onde com certa regularidade falta água para atender às
necessidades básicas das famílias.
No Nordeste, é muito comum a
figura da “lata d’água na cabeça”, já que para muitos é o único recurso para se
colocar água nas residências. Na região metropolitana de São Paulo, está
virando lugar comum as pessoas lançarem mão de “latas”, “panelas” e “garrafões”
para buscar água e abastecer as residências, principalmente nas áreas de
periferia.
Outro hábito que está sendo
incorporado entre os paulistanos, muito comum na Região Nordeste, é o
recolhimento de água da chuva, nas biqueiras das casas, para atendimento das
necessidades domésticas. Um exemplo disso é a declaração da aposentada Maria de
Souza Rosa, moradora do Jardim Damasceno, ao dizer: "Quando eu vejo chuva,
eu falo para as minhas amigas, graças a Deus vai chover para eu poder recolher
bastante água".
Mesmo com a Companhia de
Águas de São Paulo (SABESP) afirmando que não existe racionamento de água na
Grande São Paulo, é sabido que o racionamento já é uma realidade. Como sempre,
esse racionamento atinge de modo mais significativo a população menos
favorecida, que vivencia a realidade do “estresse
hídrico” há mais de dois anos.
Diante desse quadro de
incertezas quanto às soluções para o problema de água na maior cidade
brasileira, os cidadãos paulistanos devem estar preparados para o “cenário mais
crítico”, onde a palavra de ordem é “desperdício zero”.
De fato, muitos paulistanos
terão de aprender mais uma vez com a cultura nordestina. Desta vez, com a
cultura da seca, na qual cada gota de água vale ouro. Aí não estamos falando da
cultura do conforto, mas sim da cultura da sobrevivência. Quem já vivenciou a
seca do nordeste sabe muito bem quanto vale um copo d’água. Em muitas
situações pode significar a diferença entre a vida e a morte.
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