quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Água que acaba, povo que sofre

Onde falta água reina o sofrimento. É assim em todos os recantos do planeta.

A falta d’água nos torna iguais, nos torna mendigadores de um precioso gole de água.

A falta d’água abre ferida nos relacionamentos, atingindo de forma mais contundente os egoístas e arrogantes.

Onde falta água o equilíbrio entre o racional e o irracional é uma tênue linha que pode se desfazer a qualquer momento.

Para os sofridos, aqueles criados sob o rigor da seca, a falta d’água é um exercício de submissão ao imponderável da existência.

Para os abastados, aqueles que foram criados em meio à abundância de recursos, a falta d’água é motivo de revolta tresloucada, de convulsão e destempero.

Onde falta água prevalece a fome, e a morte arrasta as suas correntes pelos campos, pelas ruas, pelas casas, num convite contínuo ao desfalecimento.
Onde a água é pouca a alegria inexiste e a esperança se resume a uma palavra: chuva.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial